Bokuto e a cueca nova

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 — Iwa-chan, você está sempre comendo! — ralhou ao ver Hajime agarrado com uma barra de chocolate. Hajime deitara ao seu lado e empurrou um pequeno bloco do doce contra a boca de Tooru, que abrigou sem pestanejar. — E ainda me engorda junto. — Deixou no ar uma risada anasalada ao observá-lo. Iwaizumi estava cansado e sem saco para rebater brincadeiras.

O que deveria ser férias relaxantes, acabou por se tornar uma jornada de trabalho completamente exaustiva na loja de aparelhos do seu tio. Fadado ao tédio, Tooru ajustou-se na cama de modo que encontrara os pés de Iwaizumi e os massageou calmamente. Hajime, aos poucos, fora relaxando, tanto que acabou esquecendo-se da comida. Fechara os olhos e repousara os antebraços atrás da cabeça.

— O que você quer? Diga de uma vez.

— Eu não quero nada, não posso ser legal com você? — Amarrou suas expressões formando um beicinho.

— Não, não pode. — Embora estivesse completamente incomodado e distraído, não pôde deixar de notar o próprio coração bater desritmado. As pontas de seus dedos esfriaram e ficaram ligeiramente pálidas, sua garganta secou e... Bem, Iwaizumi estava se xingando mentalmente de todos os nomes horríveis que poderiam existir no mundo.

— É, talvez eu queira algo do tipo ficar perto de você, desde que começou a trabalhar feito besta mal conversamos, tenho que vir aqui quase todo dia — resmungava. — Você não responde minhas mensagens e nem atende minhas ligações, sabe, podia dar ao menos um bom dia quando sair e avisar quando estiver chegando.

— Ei, quando foi que eu casei? — Abriu os olhos e o mirou por alguns instantes. Oikawa abrira a boca para reclamar, mas logo a fechou por desistência. — Só não respondo por que meu tio fica falando merda.

— É só o que ele sabe fazer. — O outro não pudera discordar. — Andei reparando...

— No que?

— Você abraça praticamente todo mundo numa boa, mas sempre que eu te abraço você me bate e fica falando um monte de coisa. — Parou o trabalho que fazia. Iwaizumi respirou profundamente enchendo seus pulmões de vigor, aquilo o desregulara de uma maneira completamente surreal.

Incerto, sentou-se de modo que a distância entre eles tornou-se ridiculamente pequena. Sua palma destra vedou-lhe a nuca detentora de fios castanhos e o puxou em sua direção; Oikawa congelou. Não teve reações ou cogitação de palavras concretas, tudo havia se esvaído; se perdido. Largadas e dissipadas no ar como a fumaça de cigarro. A respiração pesada desenhou-lhe a face o deixando desorbitado, os lábios cheios pressionaram sua bochecha e logo fora envolvido numa massa de calor reconfortante.

Apenas o abraçou de volta fechando seus olhos com a maior força que encontrara naquele momento.

Iwaizumi odiou aquele efeito sobre seu corpo, odiou sentir-se tão... Balançado.

Odiou o cheiro que o cabelo emanava.

Odiou a maciez de sua pele.

Odiou sentir-se bem em seus braços, quase gritou, mas conteve-se ao máximo e escolheu desfrutar daquela sensação exorbitante.

Odiou simplesmente por estar mentindo ao odiar.

Ambos ao se afastarem se entreolharam conflituosos, e, por sorte, os celulares vibraram.

@Hinata: Oikawa quem é o próximo?

@Tooru: Yaku.

@Tooru: Denunciem o Iwa-chan, abusou de mim!

Verdade ou DesafioOnde histórias criam vida. Descubra agora