o capítulo mais sem sentido

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[...]

Se apaixonar é algo perigoso, não se engane.

Kageyama que diga.

Ele bolava em meio às cobertas gordinhas e quentes; seu sono não havia chegado. A ansiedade o consumia e seu celular, que vibrava em cima do criado mudo, o impedia de dormir. O aparelho lhe tentava a logar suas redes sociais e checar se Shoyo havia entrado em seus perfis. Tobio sentia a necessidade de fuçar as besteiras compartilhadas, os horários que ele havia estado online e, se possível, se havia marcado alguém em alguma coisa ou vice versa.

Céus, ele estava prestes a arrancar os cabelos da cabeça de tanta inquietação.

"Como uma pessoa de apenas um e sessenta e quatro de altura conseguia fazer tanto estrago?" Questionava-se.

Quando finalmente o levantador estressou-se de vez e abriu os olhos para mirar o teto, – embora ele, necessariamente, não tenha o enxergado por conta da escuridão – notou o quão seu peito estava irregular. Subia e descia, dava pulinhos e pressões incômodas que já ficavam doloridas. As pontas de seus dedos estavam geladas, parecia até que seu coração não bombeava o sangue até ali.

"Diabos". Mentalmente xingou.

Kageyama apertou a coberta entre seus dedos longos e forçou-se a fechar os olhos. Assim que os fechou, sua mente descarada, diga-se de passagem, o traiu da pior maneira possível. A lembrança do beijo que acidentalmente – se assim podemos dizer – ocorreu, estava cravada a fogo e a ferro em sua mente de tão vívida. Tobio sentiu o rubor tomar-lhe conta da face e a vergonha lhe preencher com uma estranha facilidade.

Oras! Jamais que Kageyama Tobio ficaria corado com facilidade, mas, quando se tratava de Hinata Shoyo, este fato se alterava e tomava proporções que Kageyama não poderia calcular.

Olhou, mais uma vez, para seu aparelho e tomou nas mãos. Depressa desenhou sua senha padrão e vasculhou suas redes sociais atrás de quaisquer resquícios de Hinata, que havia saído de seu whatsapp há quase cinco minutos.

Kageyama estranhou, pois, Shoyo sempre foi de dormir cedo, e já passavam das duas da manhã.

Movido pelo próprio instinto, Tobio achou que seria uma boa ideia mandar uma mensagem. Seus dedos nervosos passaram a digitar e se não fosse pelo corretor automático, Hinata jamais entenderia o que o levantador havia digitado, pois, havia errado quase todas as palavras.

Kageyama: Está acordado?

Assim que a mensagem foi enviada, as setinhas ficaram duplas e azuis. Tobio engoliu a seco e mirou o visto de Hinata: Online.

"Muita emoção para pouco coração". Concluiu.

Seu peito pulou e bateu de um jeito descontrolado, parecia que poderia enfartar a qualquer momento. Entrementes, seu nervosismo logo veio a tornar-se irritação pela demora por uma resposta – que em verdades, essa "demora" não durou mais que alguns segundos.

Hinata: Sim. Estou sem sono.

Kageyama: Hm. Eu também.

Tobio sentiu-se idiota. Havia chamado Hinata para conversar e, ao mesmo tempo, tinha ficado sem assunto.

Grande cabeça de vento! – afrontou-se.

Kageyama: Naquele dia... Eu não queria ter saído daquela forma.

Foi tudo o que conseguiu dizer, mas, o arrependimento não demorou a chegar. Passou uma das palmas no rosto e xingou-se das piores formas possíveis e impossíveis.

Verdade ou DesafioOnde histórias criam vida. Descubra agora