filha da putagem em massa

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Ushijima puxou a pequena cadeira do estabelecimento para que pudesse se acomodar. Mirou Tendou que não fizera diferente ao deixar seu aparelho celular sobre a mesa.

Encararam-se por alguns segundos, desde o último desafio que pagaram, algumas coisas haviam mudado. Podemos tomar como exemplo, o sexo frequente. Não que fosse algo ruim, jamais.

Entretanto, Wakatoshi se esforçava ao máximo para parecer uma pessoa no mínimo adorável ao amigo. Satori via o esforço, ainda que achasse um pouco exagerado. Tendou achava exagero, pois, não existia uma relação estabelecida entre eles, por isso, julgava que eram apenas bons — ótimos, na verdade — amigos.

Considerava desnecessário os encontros que davam espaço a beijo ardentes e boas transas. Em verdades, ele achava desnecessário apenas a parte do encontro mesmo. Tendou considerava que poderia aproveitar daquele tempo em um espaço mais reservado, como um quarto com uma cama confortável, ventilador e uma garrafa de água para evitar interrupções.

Estavam em um pequeno, porém arrumado restaurante no subúrbio. Distantes de ambas as casas, para terem a certeza de que não seriam vistos. Wakatoshi apanhou o cardápio até então esquecido e o folheou.

— O que vai querer?

— Hm — Satori correra seus dedos pelo pescoço longo e inspirou — Para que tudo isso? Sabe, não precisa se preocupar com os detalhes.

O Ace fechou o cardápio e mirou o ser que estava a sua frente. Pensou e pensou, até que se vira decidido: não fazia ideia do que Tendou estava tentando dizer.

— Como assim?

— Olha — colocara os cotovelos rentes às bordas da mesa — Não somos namorados, não precisa se preocupar com mimos.

Ushijima, ainda com sua expressão tipicamente neutra, fizera o mesmo: pousou as dobras de seus membros superiores na mesa.

— Você quer? — buscou qualquer expressão no rosto do ruivo. Satori pestanejou um bocado assustado. O ímpeto de saltar da cadeira fora tão grande que tivera de se esforçar para não parecer um maluco.

— Wakatoshi-kun — sorrira sem graça a busca de uma resposta.

— Basta dizer sim ou não, sabe que odeio assuntos pela metade.

— Não acha meio precipitado?

— Essa com certeza não é a coisa mais precipitada que já fizemos.

Ushiwaka erguera uma de suas sobrancelhas num sutil — ou nem tão sutil assim — intuito de insistir num posicionamento.

— É — inclinou a cabeça para o lado, como quem pensara a respeito de todas as coisas que fizeram. Realmente, até agora só haviam feito coisas jogadas, como se não temessem uma queda em grande altura.

— Só que, você sabe... Somos homens e com toda certeza temos destinos diferentes, jamais que eu iria querer te atrapalhar.

Satori o via como um endossado jogador, que precisava se esforçar em sua carreira. Sem obstáculos e nessa lista de obstáculos, Satori enxergava o — possível — relacionamento entre eles.

— Você acha mesmo que, sei lá, seria uma boa ideia? — Tendou, mais uma vez, insistira para que Wakatoshi engajasse numa reflexão pelo assunto.

— Olha, eu nunca fui de me aproximar das pessoas, não sei se deu para perceber.

— Claro, imagina. — fora sarcástico. Ushijima fechara os olhos e puxara um pouco e seus lábios para o lado. Procurou ar e vigor para que pudesse continuar.

Verdade ou DesafioOnde histórias criam vida. Descubra agora