Capítulo 2

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Evan

— Obrigada. — ela me olha admirada, enquanto sobe e eu vou do meu lado.

Assim que aperto o cinto, olho para ela.

— Pode colocar as compras atrás, se quiser.

— Ah, okay. — ela bota no banco de trás e me olha enquanto meto o motor a trabalhar e dou partida.

Assim que dou a marcha ré e tiro o carro do engate, olho para ela. 

— Você vai ter que me dirigir, eu me mudei para cá há menos de uma semana e eu ainda não conheço bem os lugares.

— Ok. Onde você morava?

— Seattle. — tiro o carro do estacionamento e meto na estrada, curvando pela esquerda.

— Legal. Ei, você está indo errado, é pela direita.

— Droga, peraí que eu vou retornar. — ela ri enquanto eu manobro, e isso automaticamente me faz rir também. — Eu sou um pouco cabeça dura, minha memória fotográfica não é das melhores.

— Dá para ver. — ela ri mais um pouco, mas quando olho para ela parece tímida e cora adoravelmente — Ei, eu me dei conta de que eu não sei seu nome ainda.

— Evan. — digo abrindo um sorriso.

— Bonito. 

Volto a espiá-la e vejo que está mexendo em seu celular, então penso o que dizer. Quero ouvi-la mais, gosto da sua voz. Não que eu esteja interessada, ela obviamente é hétero, e eu tenho namorada. Arianna corta meu clítoris se souber que estou rodando por aí. 

— Ah, eu tenho essas músicas do Stones aqui. — exclamo ao ligar meu radio, onde já está inserida a Pen-Drive e sorrio para ela — Inclusive, “Angie”.

— Hum, quero ouvir que música eles dedicaram para mim. — ela graceja, e espera ansiosamente, enquanto eu meto.

Assim que o dedilho da guitarra acústica enche o carro, ela presta atenção e eu me embalo com o clássico.

Angie, quando todas aquelas nuvens vão desaparecer?
Angie, onde isso vai nos levar a partir daqui?
Sem amor em nossas almas e sem dinheiro em nossos casacos Você não pode dizer que estamos satisfeitos
Mas Angie, você não pode dizer que nunca tentamos

— Ela não parece tão legal. — Angie diz no segundo verso.

Estreito os olhos para ela.

— Retire o que você disse.

Ela me olha com olhos sorridentes.

— É sério. Ele parece estar apenas gemendo meu nome.

— Isso é exatamente o que há de melhor sobre essa música. Isso é um clássico, amor, Mick Jagger sabe interpretar uma canção como ninguém. 

Ela revira os olhos para mim.

— Nossa, você parece o meu pai agora. 

— Como assim?

— Ele é roqueiro, e está sempre falando desses clássicos.

Eu sorrio e decido brincar.

— Nossa, seu pai parece bem mais interessante que você.

Angie sorri, mas em seguida olha pela janela à fora. É impressão minha ou ela ficou triste de repente? O que ela está pensando? Algo sobre seu pai?

Angie, você é linda, mas não é hora de dizermos adeus?

Dois quarteirões mais afrente, sendo dirigida pela ruiva, eu olho para todos os lados e franzo o cenho.

Hands Of love [Romance Lésbico]Onde histórias criam vida. Descubra agora