Angie
Eu preciso fazer isso!
Aperto os olhos e punhos, juntando toda a coragem que consigo, uma vez que chego na porta.
É tarde de domingo, e estou sozinha, já que Evan foi assistir um campeonato de luta com seus amigos, e ela não poderia vir de qualquer forma. Ela nem concordou que eu viesse, já que é só o dia seguinte do almoço de mamãe, mas aqui estou, com o meu coração apertado.
Assim que toco a campainha, não demora muito para a empregada abrir. Não conheço seu nome, já que ela meio que é nova, mas ela sabe quem eu sou e sorri enquanto a gente se cumprimenta.
— Minha mãe está? — pergunto depois, com o coração na mão.
— Está sim, menina. Pode entrar.
Entro, seguindo-a pela antessala, franzindo o cenho quando não vejo ninguém, e tudo o que ouço é um silêncio morto.
— Onde está todo mundo? Charlene? Bob?
— Eles saíram com o menino Phil, foram dar um passeio.
— Ah! — exclamo, e então ouvimos passos.
Giro nervosamente em meus calcanhares e vejo meu padrasto no topo das escadas, vestido com um pijama velho e tendo um jornal debaixo do braço. Assim que me vê, seu rosto assume uma expressão de hostilidade e ele me encara com os olhos semicerrados.
— O que faz aqui, Angelíque?
Vejo que a empregada se retira, antes de voltar a erguer o olhar.
— Boa tarde, Craig. Vim falar com a minha mãe.
— É melhor não perturbar Olympia nesse momento. Não vou permitir que o faça! — avisa ele e desce as escadas, me olhando com desdém — O que você pretende? Não basta ter arruinado seu dia de aniversário?
Suspirando, olho para ele.
— Ela é minha mãe. Com todo o respeito, Craig, tu não tens o direito de me proibir de falar com ela, e eu vou subir queira você ou não.
— Como tu és prepotente, menina! — me sobreolha — Acha mesmo que Olympia quer vê-la? Você tem muita cara de pau para apenas vir aqui depois de tudo.
— Chame o que quiser, mas eu preciso falar com a minha mãe e não vou sair daqui até fazê-lo. — respondo com uma coragem tirada não sei de onde, mas perco todas as forças quando levanto o rosto e a vejo.
Mamãe está parada nas escadas, vestida com uma camisola azul de cetim e um robe igual que eu não conheço, seu cabelo solto e o rosto sem maquilhagem muito sério. Meu coração acelera, conforme as lembranças da discussão de ontem giram em torno da minha mente, e vejo Craig se desviar cruzando os braços, enquanto ela me alcança.
— O que você tem a dizer, Angelíque? Veio se desculpar?
— E-Eu vim me explicar. Eu sei que a senhora não quer me ver, mas e-eu não consigo deixar as coisas desse jeito. — digo, atropelando as palavras devido o nervosismo — Mamãe, eu juro que eu não escolhi nada disso, eu nunca escolheria magoar a senhora. A Evan… ela é a pessoa que me salvou outro dia quando minha casa foi invadida e eu quase fui esfaqueada. Ela salvou minha vida…
— E por isso você tem que se converter em lésbica e namorar com ela? Pelo amor de Deus, Angelíque! O que é isso? Que loucura é essa?
Seu grito ecoa por todo o cômodo, assim como na minha cabeça, produzindo ecos, mas juntando coragem respondo:
— Eu não sou lésbica, sou bissexual. E não me converti, eu me descobri.
— Cale a boca! — ela logo está se chacoalhando, exaltada — Nem mais uma palavra! Caso queira se redimir, pare com isso enquanto é tempo e busque o perdão de Deus, o meu perdão. Todo mundo erra, mas se você se arrepender pode ter uma segunda chance.
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Hands Of love [Romance Lésbico]
RomanceEvan Grayson estava encantada com sua nova vizinha, e apesar de estar numa relação, cada vez que aqueles olhos verdes olhavam para ela, seu coração batia mais depressa. Angie não era exatamente seu tipo de mulher, mas não podia ignorar a chama cresc...