CAPÍTULO 13

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Os olhos castanhos ferventes estavam me queimando enquanto eu tentava montar uma frase ríspida o bastante para responde-lo.

Por um segundo olhando em seus olhos eu pude sentir que ele ainda estava ali, o sentimento, o que nós construímos no passado, por um segundo através daquelas lindas janelas castanhas eu pude ver tudo que vivemos, desde o primeiro boa noite no dormitório da faculdade, até o último adeus nas Maldivas.

Eu queria toca-lo e dizer o quão precipitada fui por não pensar melhor e ficar, sinto que a qualquer momento vou enlouquecer se não disse a ele o que realmente sinto, mas a covardia continua sendo maior que eu. Me pergunto quantas vezes mais o destino fará nós nos encontrarmos dessa forma, fazendo com que eu me despedace todas as vezes lembrando do que poderíamos ter sido.

- Eu fiz uma pergunta. - Ele me tira do transe.

- Até onde eu sei, hospitais são feitos para doentes e visitantes e não para perseguidores. - Digo rispidamente.

- Você está sentindo algo? - A expressão dele muda - Precisa de algo?

De você.

- Não, você já fez demais. - Reviro os olhos e coloco meu óculos escuro andando em direção ao caixa.

O caminho para o andar de cima me deixa pensativa, a caixa mas minhas mãos me faz pensar em como eu pude ama-lo, ele é feito de mentiras e fingimento, ele é um perdedor mentiroso e eu não posso deixar que ele volte a fazer parte de mim, não mesmo.

Quando desço no andar de cima, avisto a cabeleira esbranquiçada do senhor Collen, ele está conversando atentamente com um médico mais velho. Ando em direção a eles e não entendo nada do que estão falando, mas quando meu pai percebe que estou ali, ele fica pálido e as vozes somem.

- Querida. - Ele sorri e me abraça - O que está fazendo aqui?

- Bom, eu pensei um pouco e acho que seria legal ver a vovó Choi.

- Isso é ótimo. - Ele parece sem jeito e o médico ao lado dele apenas observa o chão - Mas a sua avó não está recebendo visitas hoje.

- Mas eu falei com a recepcionista e...

- Rose. - Ele me corta - É melhor não incomoda-la.

Penso em bater o pé e dizer que bom até aqui só para vê-la e não vou sair sem cumprir meu objetivo, mas tudo que digo é: ok.

- Pode me esperar no carro? - Ele pede e acinto com a cabeça.

Não me importo muito com nada do que acabou de acontecer, ela provavelmente disse que não queria me ver e ele está tentando ser simpático comigo, dou de ombros para meus pensamentos e entro no elevador, dentro da enorme plataforma de ferro lembro que tenho um lindo bolo de cenoura nas mãos e isso me deixa cabisbaixa, o elevador para e as portas se abrem no quinto andar, não me importo com quem está entrando, só quero ir embora deste lugar.

- É uma linda caixa. - A voz despreocupada diz e olho para os olhos castanhos que tanto odeio.

- Você de novo? - Aperto freneticamente os botões para que as portas se abram em qualquer andar.

- Desculpe pelo o que falei. - Sua voz séria me faz engolir em seco e o tremor reconhecida me faz ter um mini ataque.

- Só pode ser brincadeira. - Aperto ainda mais os botões mas as portas não se movem - O universo me odeia, é isso.

Ele senta no chão e o olho desentendida, por que diabos ele está tão calmo em uma situação dessas? Parece que ele lê meu pensamento e então responde:

GOOD EVENING ✿ JJK (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora