Prólogo

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  Em outro tempo talvez as coisas poderiam ter sido certas.
Mas não foi o caso dos infelizes que decidiram abrir as portas do inferno, confundindo-a com o paraíso.

  Alex Madsen, 47 anos, casado, ótima forma física, bioquímico e PH. D em quatro áreas diferentes, descobriu a cura para o câncer, matou a fome no mundo, e criou uma nova raça de humanoides que o serviam de "ajudantes" em seus experimentos

  Ele poderia estar em alguma palestra importante ou em uma mansão luxuosa mas no momento ele estava soterrado por escombros de seu próprio complexo.

  Após horas de tentativas Alex libertou-se daqueles escombros, se machucou e mesmo assim seguiu caminho entre o corredor destruído para a sala principal, onde apertou um botão e um compartimento escondido revelou um antigo rifle e poucas balas. Tentando achar a saída, ele encontrou algo que desejaria não ter encontrado, uma criatura errática que nunca devia ter existido, membros desproporcionais, vísceras a mostra, se assemelhava a um mutante de algum jogo japonês.

  Sem pensar duas vezes, Madsen deu um ou dois tiros na criatura, que obviamente, se enfureceu. Um golpe,  apenas um golpe foi o que a criatura precisou para derrubar toda a parede, se levasse um soco daquela coisa, claramente seria decapitado na hora. Ele saiu correndo, fugindo do monstro sanguinário que o perseguia, e conseguiu se esconder em alguma sala pequena, o que havia ali, traria loucura a Alex.

  Um corpo, um cadáver feminino,  poderia ser de alguma funcionária, mas estava completamente dilacerado; ossos faltando, órgãos revirados e um buraco cirúrgico na testa. Isso daria desconforto a qualquer pessoa, mas algo perturbou à ele, um complexo laço que unirá os dois...

Aquela era sua filha.

  Contou suas balas, e seguiu em direção a saída de incêndio, ao chegar olhou pela fresta da porta e viu algo, alguma entidade que desafiava todas as leis da física e da existência, sua aparência era bela e horrenda ao mesmo tempo, fazendo parecer que o inferno era um lugar menos perturbador. Uma densa neblina de fumaça toxica a circulava, sua presença alterava a gravidade, e quando Alex entrou na sala, quase foi esmagado pela pressão, que foi diminuído a cada minuto.

  Encarou a entidade por alguns minutos, sabia que ele havia criado aquilo e que não tinha volta. Contou suas balas e começou a andar em direção a criatura, suando e ofegante, disse suas últimas palavras:

-Obrigado por ter me entendido...

  Tinha a certeza que não sairia do complexo vivo. Escutou de repente o alarme de segurança repentino diversas vezes:

Laboratórios comprometidos!
Começar extermino total!

  Suspirou, mirou e o som do gatilho foi a última coisa que ali foi ouvida... 

Transição de MundosOnde histórias criam vida. Descubra agora