Capítulo 6 - A Injustiça de Viver

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  O dia havia sido longo, Sarah tentava retomar as forças da mão esquerda, os médicos do NINHO passavam remédios e exercícios diários, porém, nada adiantava. A frustração aumentava a cada dia mais, pensava nas juventudes destruídas, vidas perdidas para sempre, uma injustiça com quem acabará de chegar ao mundo, ou que acabou de descobrir um proposito para viver; nada mais importava, apenas viver, sobreviver. Ninguém sabia nada, muitas coisas ainda haviam de chegar.

  Três dias se passaram após o início desse caos, Lincon não sabia o que fazer, levantou-se de sua "cama" e andou pela corporação, era tudo tão... certo, ninguém demonstrava sentimento algum, ninguém além de Victor e Léo. Eles gritavam e faziam gestos para os jovens corvos que estavam treinando, mas não eram reclamações e sim gritos de motivação, aqueles "soldados" motivados poderiam derrubar um tanque só com a força de vontade.

A garota assistia tudo espantada, adolescentes de no mínimo 14 anos estavam ali, com mentes e corpos de adultos, se preparando para a guerra, Sarah pensava e se castigava, sabia que nunca chegaria perto de fazer qualquer coisa parecida. Victor percebeu Sarah observando eles e a chamou com entusiasmo:

  - Jovem dama! Venha aqui- acenou com os braços- meu irmão e eu temos noticias!

Ela foi andando até os gémeos e perguntou:

  - Quais notícias?

  Leo tomou a fala e explicou:

  -Descobrimos um... laboratório que vem fazendo...- fez uma pausa ao escolher as palavras-...experimento com cobaias, vimos sua performance no metro e nós dois, achamos que você gostaria de ir conosco.

  Um silêncio ficou pairando por eles, até que Sarah concordou com a cabeça, explicou que o metro foi pura sorte e antes de continuar a se denegrir, Victor a interrompeu:

  -Puro instinto, precisou fazer e fez, apreciamos isso aqui no NINHO, vamos lá, se precisarmos lutar, daremos conta.

  Após uma linha de pensamentos rápidos, Sarah aceitou, os irmãos deram as costas e ela seguiu, sem saber o que esperar.


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