Capítulo 2 - Caminhos de sangue

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  Paralisada, Sarah observava aquela criatura, pensou na faculdade e achou que naquele momento seria bom estar lá, achou que morreria, assim como todos os outros policiais que ali haviam mas a criatura passou sem perceber a garota paralisada, talvez achará que era mais um corpo ali.

  Depois da criatura se afastar, se levantou com muita cautela e foi andando em direção a saída, deixando marcas de sangue pelo caminho. Na bancada que havia pulado, achou uma pistola e alguns cartuchos de bala, sem pensar duas vezes, pegou a arma e saiu correndo daquele lugar, a cidade estava vazia e tudo que se ouvia era seus passos apressados.

  Ao longe, Ela podia ouvir gritos e grunhidos que nunca tinha ouvido antes, decidiu ir ao metrô para sair daquele inferno, talvez achar seu amigo Tobias, mas principalmente escapar dali.

  Pulou a catraca e pegou o primeiro trem que viu, havia uma ou outra pessoa pelos vagões, deveriam ser trabalhadores voltando para suas famílias ou desempregados na volta de um dia desgastante mas o que esperava todos eles não seria algo agradável.

  Para se distanciar de tanto caos, Sarah não pode fazer mais nada além de colocar seu fone e lembrar de seus bons momentos que não voltariam. A música acalmava sua mente, levava em um mundo perfeito, onde tudo sempre era estático, permanente, mas em um piscar de olhos ela voltou a sombria realidade com um apagão que parou o trem em uma brusca freada.

  Nada, era tudo que se podia ver, tirou os fones e cheia de medo se abaixou e ficou tentando ver ao seu redor. Nada, era tudo que se podia ser, ela escutou passos fortes e sem ritmo, janelas sendo quebradas e a lataria dos vagões sendo alvejada por algo que não poderia ser desse mundo. Sarah pensou e pensou, então em uma ousada ação ligou a lanterna do celular e procurou qualquer buraco que a tirasse do trem, achou uma mochila largada em um banco, chamou pelo dono, mas ninguém escutou.

  Com a mochila nas costas e o celular na mão, tentou segurar a pistola, era pesada e fria, nunca havia tocado em uma arma antes, apenas jogado alguns FPS, o que lhe dava o básico de conhecimento, mire, segure firme e atire. Andou por uns três vagões até achar uma janela quebrada, passou por ela, mas um caco de vidro afiado como uma navalha cortou sua perna, fazendo Sarah soltar um palavrão:

-Filho da...!

  O som de sua voz ecoou pelos corredores, atraindo o que havia bombardeado o trem com seus ataques. Passos e mais passos chegavam perto de Sarah, ela em um momento de desespero, saiu correndo pela escuridão, sem saber para onde ia, bateu em uma pilastra, aquilo à atordoou, mas continuou correndo dos passos cada vez mais pertos, quando uma fresta de luz iluminou o corredor ensanguentado, era a saída aquele inferno.

  A Felicidade já consumia seu coração, mas como nada é para sempre, uma das criaturas alcançou-a, e com um movimento rápido e forte desferiu um soco na garota, que se desviou por pouco caindo no chão ao lado de algum órgão que um dia tivera função. Em um momento de adrenalina, largou o celular e deu um tiro na criatura de proporções erradas que apenas se enfureceu,  vendo que não havia efeito, fechou os olhos e deu mais um disparo, acertando a boca da monstruosidade, que em um rugido alto, caiu em agonia para morrer em seguida.

  Sarah percebendo a situação, pegou o celular e saiu correndo da estação.

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