Capítulo 5.

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Alguns dias se passaram e enfim era o fim da semana, um belo sábado ensolarado lá fora, e tudo que eu pensava era em dormir. Mas Harry não parecia concordar comigo.

— Acorda, Belo Adormecido! — Ele disse com uma animação que só Deus sabe de onde tirou, abrindo minha janela e fazendo o sol queimar minhas pupilas. Eu não devia ter dado intimidade a ele.

— Pelo amor dos deuses, é sábado, eu não preciso trabalhar, me deixe dormir mais um pouco. — Resmunguei me encolhendo já que o bastardo puxou o lençol do meu corpo.

— Não, não. Quero ir no parque e você vai comigo. Não quer que eu me perca por aí, não é?! — Pensei por um segundo, sem ele eu poderia dormir mais e...
— Louis! — Ele reclamou quando demorei a responder e eu ri da sua expressão ofendida.

— Tudo bem, Harold. Dez minutos e estou pronto para você. — Murmurei levantando.

— Se quiser ajuda no banho. — Ele ofereceu malicioso e peguei qualquer coisa no meu alcance para jogar nele, ele desviou e saiu do meu quarto rindo.

Nota mental: não dar intimidade demais a ninguém, nunca.

Uma hora depois.

— Por que quis vir aqui? — Perguntei curioso.

Estávamos agora sentados em um banco no parque olhando umas crianças correndo de um lado para o outro.

— Eu gosto de olhar a paisagem, e pode ser que me traga inspiração. — Ele encolheu os ombros e eu sorri concordando.

— Como é ser escritor? — Perguntei realmente interessado. Eu sempre lia, mas escrever devia ser diferente.

— Bem, é estar sempre preocupado se gostaram ou não, vibrar com boas críticas, ficar triste com as ruins, mas entender, tomar elas para si e tornar melhor seu trabalho. É ficar triste quando seus personagens agem errado, e feliz quando dá tudo certo. — Ele parou e viu que eu o olhava. — Desculpe, é só que é meio estúpido, não é?! Quero dizer, eu escrevi e...

— Harry. — O interrompi e ele me olhou confuso. — É lindo, é especial, e dá para ver que você ama isso. — Sorri carinhoso e ele me sorriu de volta. Eu percebi o quanto ele era lindo, não só por fora, mas mais ainda por dentro.

E resolvi jogar tudo para o ar quando fui me inclinando para o beijar, ele apenas ficou parado esperando, e então...

— Louis? — Rapidamente me afastei de Harry, tanto pelo susto quando por ver quem estava me chamando.

— Tyler? Oi! O que está fazendo aqui? — Levantei para o cumprimentar, por impulso eu ia o beijar, mas ele me abraçou antes que eu o fizesse.

— Vim trazer meu filho para brincar um pouco. — Ele apontou para trás, sua esposa e filho estavam no balanço.

— Oh! Isso é ótimo. — Sorri nervoso. — Esse aqui é Harry, meu colega de apartamento. E este é Tyler, meu patrão. — Os apresentei, Harry levantou com um sorriso gentil e estendeu a mão para Tyler.

— Olá. — Harry disse e Tyler o olhou não parecendo gostar muito dele, mordi o lábio inferior vendo que Harry estava ficando desconfortável com a demora, e então Tyler apertou a mão dele.

— Oi. — Tyler disse sem muita emoção na voz. — Louis comentou sobre você. —  Ele disse apenas para ser educado, eu acho.

— Oh, que bom! — Harry sorriu feliz para mim e pisquei encantado com seu sorriso bonito.

Voltei a realidade com Tyler pigarreando.

— Querido, quem são? — Sua mulher, Helena, se aproximou de nós com seu filho no colo, Benjamin, ele tinha uns 4 anos.

— Louis, do trabalho, e este é Harry, amigo dele. — Tyler disse a contra gosto.

— Oh, Tyler nunca comentou de você, mas ele não fala muito do trabalho. — Sua mulher disse e eu sorri tímido, me sentindo envergonhado por estar de frente com a mulher que eu ajudava a trair. — Vocês formam um belo casal. — Ela disse apontando para mim e Harry.

— Nós não...

— E eu não sei?! — Harry disse divertido me interrompendo. — Não se preocupe, estou investindo. — Piscou a fazendo rir e concordar que ele estava certo. Eu estava um pouco chocado com o que Harry disse, já Tyler não parecia nada feliz. — E esse pequeno aqui? — Harry se inclinou para ficar mais perto da criança.

— Benjamin. — O garotinho disse e Harry sorriu dizendo seu nome para o garoto. — Você é bonito. — Benjamin disse para mim me fazendo sorrir grande.

— Obrigado, pequeno. — Eu ri quando ele praticamente se jogou dos braços da mãe para os meus.

— Ele gostou de você. — Ela comentou rindo ao ver seu filho babar minha bochecha com seus beijos.

— E tem como não gostar? Tô até achando que a competição está acirrada. — Harry comentou e passou seu braço por minha cintura me fazendo rir dele e de sua bobagem.

— Olha que entre você e ele, eu escolho o Benjamin, não é, bebê?! — E em resposta o pequeno me abraçou e deitou a cabeça em meu ombro.

— Ok, vamos para casa. — Tyler disse e praticamente arrancou Benjamin de meus braços, tentei esconder minha expressão decepcionada.

— Não! — Benjamin reclamou e estendeu os braços para mim.

— Que tal vocês irem jantar lá em casa hoje? Assim o Ben fica mais com o Louis já que gostou tanto dele. — Helena disse e eu mordi o lábio inferior indeciso.

— Querida, eles devem estar ocupados...

— Nah, não temos planos. — Harry disse interrompendo Tyler, que me olhou com raiva, mas eu nem fiz nada!

— Ótimo! Esperamos vocês então. — Ela disse e nos passou seu endereço, logo indo embora com Tyler e um Ben feliz por saber que ainda iria me ver hoje, um amor de criança.

— Parece que temos algo como um encontro duplo! — Harry ficou erguendo e abaixando as sobrancelhas e não me segurei começando a rir.

— Vamos para casa, seu grande bobo. — O empurrei para o lado e saí correndo na frente, ele logo atrás ameaçando me pegar.

***

Amem a Helena tanto quando eu, ela é parte importante em toda a estória. Comentem o que estão achando para que eu possa me situar melhor.

Até mais,

–K.F.

Colleagues Apartament [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora