Olhares

Último capítulo

" Oi Fernando, boa tarde!

Estamos na porta do hospital aguardando maiores informações, mas o que a direção informou até agora é que Douglas Souza Demilio está consciente e já respira sem a ajuda de aparelhos, lembrando que Douglas é o meliante que por muito pouco não tirou a vida de um homem e o seu filho.

Isso tudo graças ao policial militar que passava no local e efetuou dois disparos antes que Douglas pudesse ceifar a vida de um pai de família.

Continuaremos aqui até que tenhamos mais notícias sobre o caso, Carolina Norbert ao vivo do hospital Santo Amaro!"

- Bom dia meu povo, que bagunça é essa ali na porta do hospital?

- Bom dia Rafa, um assaltante que todos davam como morto, se recuperou da noite para o dia.

- Isso tudo por causa de um assaltante?

Quando nossos salários estão atrasados não aparece nem um celular se quer pra filmar meu rostinho de princesa.

Sorrindo e tirando sarro do clima que tumultuava a entrada do hospital, Rafa brincava com as recepcionistas no qual já conhecia de muitos anos.

- Mas o que você está fazendo aqui hoje Rafa?

- Eu vou bater um papinho com a dona Vânia.

- Hummm, lá vem treta por aiiii!

Instigando para que Rafa fugisse de segredos a recepcionista tentou.

- Não "beu" "abor" não existe treta alguma.

E andando lentamente, Rafa arrancava sorrisos da moça e quem ouvia sua conversa enquanto esperava ser chamado na recepção.

Caminhando pelos corredores Rafa cumprimentava amigos e conhecidos de anos, ao chegar na porta da sala de sua supervisora, tomou postura e seriedade e bateu na porta abrindo lentamente.

- Dona Vânia, posso entrar?!

- Pois não, quem deseja?

E já entrando, Vânia se surpreende com a aparição de Rafa fora do horário do seu expediente.

- Rafa, o que faz aqui mulher?

- Atrapalho?

Já se acomodando na cadeira Rafa pergunta.

- Claro que não, sente-se!

- Dona Vânia, vou ser rápida e direta.

Eu preciso da sua ajuda para sair do trabalho de socorrista e trabalhar aqui dentro do hospital, se possível na maternidade.

- Calma, primeiro eu quero saber o que está acontecendo.

E de cabeça baixa Rafa buscava palavras para não falar coisas onde se daria a entender erradamente.

- Eu não sei como dizer dona Vânia, eu apenas preciso da sua ajuda.

Eu sou uma ótima funcionária, não falto, quando precisa de mim estou sempre pronta pra lhe atender, eu só preciso dessa ajuda.

- Rafa, olha pra mim!

E levantando de sua poltrona, dona Vânia se colocou frente a Rafa que falava de cabeça baixa o tempo todo.

- Quem está aqui não é mais a sua supervisora, quem está aqui é um mãe, uma filha, uma mulher, um ser humano.

Pode se abrir, me conte o que está acontecendo!

E já soluçando, Rafa toma coragem e abre o seu coração.

- Bom dona Vânia, o motivo de pedir para me mudar de função, é que eu não aguento mais ser vista como aberração.