PRIMEIRO

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Respirava pesado

Sem muito se importar com as pessoas ao seu redor no ônibus

Todos meio rabugentos

Meio tristes

Meio humanos demais.

Cuspia de seus pensamentos teorias doces e sutis.

Nas suas ações a indiferença azeda predominava.

E esbarrava em todos com sua mochila cheia de inseguranças, decepções, e frustações.

Sempre arrancam de mim um sorriso falso por que a minha pequena bagagem incomodaria-os? - pensava consigo

Venha cá.

Grite no vazio de seu pequeno quadrado.

Veja essa moldura.

PARE.

OLHE.

VEJA. 

E acima disso, ENXERGUE.

Leve pra casa apenas a inspiração.

Jamais leve a tristeza de seus traçados fortes com excesso de tinta no tecido grosso pendurado numa moldura dourada queimada.

Acalme-se e respire fundo

Até seu peito doer um pouco

Solte tudo como se a dor fosse junto.

Volte e caminhe, vire as costas nunca mais olhe para trás.

O que foi passou, o que vem é novidade, o que ficou é aprendizado.

Deixe-se estar.

Um soar fonético no LouvreOnde histórias criam vida. Descubra agora