Seria esse o apocalipse?

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Renjun não olhou para Jeno quando ele entrou silenciosamente no quarto. Ele estava maluco para desabafar com o melhor amigo sobre seus sentimentos por Yukhei. Ele queria se deixar levar, se apaixonar por aquele garoto que estava o fazendo tão bem, mas o passado ainda o assombrava e ele estava com medo de se machucar de novo. Assim que sentiu Jeno se sentar na cama, se virou preparado para desabafar, mas deu de cara com um Jeno choroso.

- Ei, você está bem? - Talvez não fosse o momento certo para falar da sua vida problemática. Jeno precisava desabafar dessa vez.

- Eu finalmente tive a conversa que eu precisava ter com Jaemin - Renjun continuou lhe encarando, esperando que ele contasse alguma tragédia - Me sinto aliviado que ele entendeu. O antigo Jaemin não entenderia.

- E você está chorando por quê? - Renjun perguntou confuso.

- É que sempre é muito difícil falar do meu pai - Quase que automaticamente, as lágrimas de Jeno começaram a cair e Renjun o abraçou - Já fazem 6 meses que ele foi embora e ele nunca ligou para saber como eu estava.

- O seu pai não merece o filho maravilhoso que ele tem - Jeno tremia e soluçava, tão frágil que parecia que ele ia quebrar a qualquer momento nos braços de Renjun - Eu sei que é difícil, mas tente esquecê-lo, ok? Você tem uma mãe incrível, um irmão que te ama muito e amigos que sempre vão estar do seu lado. Você não precisa do seu pai que só te deu desgosto a vida toda.

Jeno chorou por mais um tempo e Renjun se manteve do seu lado, em silêncio acariciando seus cabelos. Era incrível como alguém tão forte como Jeno podia parecer tão fragilizado às vezes. Renjun queria poder demonstrar sua fragilidade também. Ele se cansava às vezes de sempre ter que parecer forte, mas ele precisava. Ele não queria preocupar sua tia, nem Jeno. Ele não queria nem pensar em dar o braço a torcer para sua mãe e todos os outros que lhe magoaram.

Renjun não fazia ideia de quanto tempo havia se passado, mas Jeno havia caído no sono. Ele estava prestes a dormir também, quando seu celular começou a vibrar. Sorriu ao ver que era uma ligação de Yukhei.

- Te acordei? - A voz dele era grave, mas ao mesmo tempo tão gentil. Parecia loucura não se apaixonar.

- Não, eu ainda estava acordado - Renjun disse baixo, falhando miseravelmente em esconder o quão caidinho ele estava.

- Eu queria escutar sua voz - Era muita loucura da parte de Renjun imaginar Yukhei falando isso e sorrindo ao mesmo tempo? Nem tanta.

- Já escutou. Tá feliz? - Não segurou sua risada.

- Eu iria parecer muito idiota se dissesse que sim? - Conseguiu ouvir a risada envergonhada de Yukhei - Na verdade, eu queria te perguntar uma coisa.

- Se é sobre matemática, eu juro por Deus que vou te bater - Renjun respirou fundo - Eu já te expliquei várias vezes que báskara é...

- Não é isso! - Renjun foi interrompido por Yukhei que estava ainda mais envergonhado - Eu queria saber se... você quer sair comigo quando voltar de Busan?

O coração de Renjun parecia que ia explodir. Yukhei estava o convidando para sair, o que ele justamente não queria que acontecesse pois isso o obrigaria a se afastar dele. Ele não queria dar espaço para algo mais entre eles acontecerem e, muito menos, queria que Yukhei se apaixonasse. Mas por que, de repente, ele estava se sentindo tão feliz?

- Renjun? Você ainda tá aí? - Renjun pulou quando ouviu Yukhei - Olha, você não é obrigado a aceitar, se não quiser, tudo bem.

Certo. Renjun não era obrigado a aceitar o convite de Yukhei. Ele não ia ficar chateado e eles podiam continuar a ser amigos. Então era só recusar... Certo?

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