Capítulo catorze

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Cristopher
Nunca em minha vida, pensei que poderia presenciar uma cena tão macabra, essa mulher não podia perder a oportunidade de ser tão miserável, em cada canto daquele compartimento era possível ver os restos do que um dia pertenceu a um corpo.

Era uma sena de revirar o estômago, e isso não era o pior, Ashley estava mal, tremia dos pés a cabeça, tanto que caiu de joelhos e gritou, tentando expulsar toda dor que lhe sufocava.

E por incrível que pareça, eu me importava com ela.

Seus gritos foram tão estridentes que quase me deixaram surdo, podia jurar que eles racharam quase toda castelo, pois ouvia se o som de vidros quebrando, mas nada aconteceu, o castelo continuou intacto.

Débora ascendeu do trono com um sorriso vitorioso que dizia "agora é sua vez", como se acabasse de vencer uma grande batalha, sinceramente, não entendo como ela consegue ser tão má e desprezível.

Foi aí que os gritos cessaram, porém Ashley continuou ajoelhada, imóvel, com o olhar distante, como se estivesse apagada, sem importar-se com o que ocorria a seu redor, e do perigo que corria por continuar ali. Outra garota que até então não tinha notado se aproximou dela, e tentou tirá-la do chão, mas era como se ela estivesse morta, não queria se mover.

--- Ash, por favor reage... Nós precisamos sair daqui... Você precisa nos tirar daqui... Você consegue, por favor - falou suplicante, atropelado algumas palavras pelo nervosismo - sei que sou sua guardiã e.... Em condições normais eu devia proteger você, salvar você, mas... Fracassei - ela já estava soluçando, balançando-a rapidamente, porém ela continuou imóvel - Ash...

Sua voz se perdeu, era evidente também estava demasiado abalada para continuar tentando "acordar" Ashley.

--- Vocês são tão patéticos, não tinha calculado o quão fácil seria acabar com vocês - diz, nos abençoando com a típica gargalhada maléfica - olhe para você guardiãzinha de meio tigela... És uma vergonha como bruxa e quem o diga como guardiã, seus pais foram até um pouco difíceis de matar já você... É uma lástima.

--- Não fale assim dos meus pais sua vadia - a garota diz levatando para a encarar - eu ainda farei você pagar por tudo que fez, sua amargurada... Pois fique sabendo que o sentimento é recíproco, você é uma miserável, mal amada que não suportou perder um amor que nunca foi seu - fala atingindo seu objetivo, pois o semblante vitorioso de Débora mudou drasticamente - e descontou sua maldita raiva em pessoas inocentes, sinto é pena de você rainha - finaliza enfatizando a última palavra, e completa com um sorriso de deboche, essa garota é um arraso.

Posso jurar com os pés juntos que em toda minha vida nunca precisei ninguém... Absolutamente ninguém que preze sua vida sendo capaz de colocar Débora em seu lugar, e essa garota por mais desolada que esteja o fez em minutos, de hoje em diante serei seu maior fã e mais irei criar um fã clube intitulado "garota esmaga vadias", não sereia maravilhoso?

Me senti um inútil por não saber como ajuda-las, mas tinha fazer algo, qualquer coisa era melhor do que ficar imóvel.

--- Você não irá viver para contar histórias para os seus netinhos por essa afronta guardiãzinha, voc...

--- Pare com as ameaças Débora, você está em desvantagem aqui, por isso aconselho a nos deixar sair e ninguém se magoa... Não gostaria de acabar com o que resta da sua cara, que por sinal - fiz uma pausa, fingindo que analisava melhor seu rosto, ciente de que no fim iria me arrepender de colocar minha linha antes de raciocínio, mas já tinha começado o melhor era terminar mesmo - não está nada mal e convenhamos, até combina melhor com o seu ser vossa majestade - finalizo, a tempo de escutar a gargalhada da garota que tanto admiro que até se dignou a aplaudir, vê se pode isso melhorar?

Palmas, palmas, palmas por favor, nós conseguimos irritar a fera, e só um milagre poderia nos salvar.

Foi quando a prince fresh entrou ao cristos, como de costume, questionando o que sucedera ali, o que distraiu a fera por alguns segundos, foi então que vi a nossa oportunidade, tínhamos aproveitar, senão já era, iremos passar dessa para melhor.

Trocamos olhares por alguns segundos e pareceu que ela leu meus pensamentos, permitindo que eu minha proximidade.

Toquei nelas e tive que esperar um pouco que o normal, pois já é difícil me teletransportar, imagina quando o número sobe para três, a dificuldade é três vezes maior, e isso poderia dar errado... Muito errado por sinal.

  •••

O teletransporte durou mais do que o normal e para piorar o local em que surgimos piorava tudo numa escala de 100/100, e isso não era mau era péssimo.

Estávamos numa floresta escura e nebulosa, bem... No que parecia uma floresta, às árvores... Melhor os troncos sem ramos e folhas eram todos escuros, literalmente, o céu estava nublado o que era particularmente estanho, porque isso nunca acontece em Macrey, não que não chova mas nunca vi uma mísera nuvem se quer e para piorar escutavam-se trovões, um atrás do outro.

Notei que ela também estava observando o local e sua aflição era tão evidente que chegava a ser palpável, e se por um mísero segunda ela chegou a me admirar, nesse momento essa possibilidade de transformou em cinzas e foi levada pelo vento.

--- Você... Como?... Porquê?... Não... - ela não conseguiu formular nenhum questão coerente, era evidente que estava com medo, e pior, estava decepcionada comigo. Nunca tinha me importado em desapontar alguém até aquele momento, em que ela me olhava com tanta repulsa, por algum motivo isso me deixou desapontado comigo mesmo.

--- Me perdoe, por vezes não consigo me controlar, e...

--- Por favor, me poupe... Mil vezes se tivesse deixado aquela mulher nos matar porque isto - diz gesticulando - isto é pior que a morte seu idiota, pois ninguém pode nos tirar daqui - finaliza, tentando "acordar" Ashley novamente, mas ela continua apagada, viva porém morta por dentro - Mas...

--- Mas o quê? Fala, não me deix...

---Fecha essa maldita boca seu idiota e me deixa pensar - diz me fuzilado com o olhar, voltando sua atenção para Ashley - Ash, por favor, você não é a única que está sofrendo com isso... Eu também amava seu pai mas nos precisamos sair daqui antes que eles sintam nosso presença, você... Você é a única que nos pode tirar daqui - diz, mas era como se estivesse falando sozinha.

Mas espera aí... Quem são eles? Espera, as lendas não podem ser reais ou talvez podem?

--- Ash... Ash... ASHLEY, DEIXA DE SER COVARDE CARAMBA! - diz lhe dando uma bofetada, posso garantir que se escutou por algumas milhas da floresta, e o rosto dela ficou com uma marca e tanto - por favor - ela começou a chorar e a abraçou e por incrível que pareça Ashley retribuiu também chorando.

Como entender as garotas meu Deus? Olha só o que um tapa pode fazer? Tenho que implementar em minha vida, quem sabe ela mude para melhor?

--- Garotas, desculpa interromper o momento mágico de vocês mas sinto que temos companhia - digo, sentindo algo desagradável percorrendo cada poro de meu corpo.

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Olá queridos leitores!

Então, o que estão achando?

Por favor votem, e comentem... Me digam o que estão achando.

Não matem meu Cristopher, ele é o amor da minha vida, por mais idiota que seja.

O que vocês acham de mais um capítulo narrado pela Emily? Sério essa garota é um máximo.

Próximo capítulo, prepararem-se para conhecer novos personagens, os antigos também poderão vos surpreender, e a identidade do senhor mistério será revelada (provavelmente, não sou tão má assim, kkkk).... Chega de suspense.

Beijinhos, amo vocês!

A mestiça- entre Dark e Crystallis [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora