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— Eu já vou indo, mamã! — Jeongguk preparava-se para ir para o jardim, eram meia-noite e quatro. O loiro vestiu uma camisola larga, pois estava frio, e pegou num pequeno cesto com uma mão e na mochila com a sua guitarra na outra.

— Tudo bem meu amor, tem cuidado. — Seulgi levantou-se do sofá e foi em direção ao filho com mais um casaco, o que fez o jovem reprovar a sua atitude com o olhar. — Que foi? Não quero que fiques doente. Pelo menos leva-o no cesto.

— Pronto, pronto. — Jeongguk pegou no outro casaco e colocou-o dentro do seu cesto, que já levava dois livros, uma sanduíche e claro, uma manta para o seu Hyung se sentar, já que o mesmo ainda tinha certo desconforto em sentar-se diretamente no chão, e o loiro respeitaria isso. Ao pensar no assunto, Jeongguk sorriu.

— Que foi, tu começas a sorrir do nada? — Seulgi riu. — Não que eu não queira, mas é estranho. Que foi?

— Nada, lembrei-me que vou ver o Suga-Hyung hoje. — O loiro sorriu ainda mais. Adorava a companhia do mais velho, por muito que às vezes se resumisse ao mesmo a falar da faculdade ou quase a dormir, de certa forma, Jeongguk sentia que se estivesse com Min Yoongi, estava confortável.

— Tens de me apresentar esse teu amigo, amor. Pareces gostar muito dele. — A mãe do jovem colocou uma das suas mãos no ombro do filho e sorriu minimamente. Seulgi estava feliz por ver o seu filho tão bem, aliás, nunca o tinha visto melhor, mas de certa forma, o outro lado assustava-a.

— Claro que gosto mamã, parece que ele não me julga por nada! Parece que com ele eu posso falar sobre tudo e ser eu mesmo, porque ele me vai aceitar e gostar de mim assim, eu sinto-me tão bem com ele!

— Eu sei, anjo. — A mais velha suspirou. — Mas não lhe digas nada, por enquanto. Pelo menos não antes de eu o conhecer. — Viu o filho ficar cabisbaixo então abraçou-o. — Oh, Jeongguk, tu sabes que tem de ser. Ele parece ser incrível e está a fazer-te imenso bem, eu quero que os dois continuem assim, mas não sabemos como é que ele agirá depois de saber a verdade.

— Mas, mãe! Não é nada de mal! Aliás, eu já usei isto para o acalmar, e ele sentiu-se bem!

— Calma, calma, eu sei, estou orgulhosa de ti. Continuem a evoluir a vossa amizade, eu serei sempre a favor, mas diz-lhe apenas depois de eu o conhecer, apenas para termos a certeza, sim?

— Sim, mamã! — Jeongguk sorriu e voltou a pegar no seu cesto. — Bem, eu vou andando.

— Até logo, anjo.

Depois de quinze minutos de caminhada, o loiro já tinha chegado ao seu destino, ou quase. Porém, parou e quase caiu quando viu que Yoongi já estava lá. Este olhou para Jeongguk e imediatamente sorriu para ele, sendo logo retribuído.

— Boa noite, Ggukie. — Levantou-se e depositou um selar na testa do mais novo.

— Boa noite, Suga. — O loiro retribuiu o gesto com um selar na bochecha do maior. — Tudo bem?

— Bem melhor agora, eu estava farto de estar em casa. — O moreno suspirou. — Foi por isso que vim mais cedo, desculpa.

— Não Hyung, és sempre bem-vindo, se quiseres até podes vir aqui sem mim!

— Assim não tem tanta piada. — Assim que viu o mais novo a tirar a sua manta do cesto, foi até ele e pegou numa das pontas, para ajudar a esticá-la no chão. Assim que estava devidamente posta, Yoongi confirmou se não havia mais nada a fazer e então sentou-se. — Então, novidades?

— Sim! — Jeongguk sentou-se e sorriu. — Tive B  naquele teste que eu jurava que ia ter negativa!

— Ainda bem, meu anjo. — O moreno sorriu imensamente ao ver o mais novo tão feliz. — Parabéns.

— Obrigado Hyung! Mas e tu? Nada de novo?

— Não, nada nadinha. — O mais velho respirou fundo e deitou-se no chão coberto pela manta, já Jeongguk, foi até ao seu cestinho e pegou num dos livros, voltou a sentar-se e finalmente começou a leitura. Estava a ler Lonely Hearts Club, e estava a adorar. Ao mesmo tempo que achava adorável, achava divertido de se ler e ao longo da história o jovem envolvia-se mais e acima de tudo, perguntava-se se ter um namorado era tão mau ao ponto de criar um clube contra isso. Apesar de tudo, Jeongguk queria poder um dia ter essa experiência, namorar e amar alguém verdadeiramente, amor de casar como o loiro chamava. Não sabia se seria possível para ele sentir amor de casar por alguém, já que nem sabia como se sentia. Se era planeado ou se vinha do nada. Ou se simplesmente já existia, e ele nem fazia ideia.

— Jeonggukie? — O jovem foi interrompido, tanto dos seus pensamentos como da leitura, por um chamamento de "Suga", que assim que notou que tinha os olhos do loiro em si, sorriu. — Queres ver as estrelas comigo?

Jeongguk assustou-se com o pedido, mas ao ver ao mais velho a bater num espaço da manta ao seu lado, levantou-se e foi até lá. Deitou-se timidamente e olhou para o céu.

— Vês? Aquela é a Cassiopeia. — Yoongi apontou para uma constelação e olhou para o mais novo, que tentava ver algo de especial nas estrelas.

— Ali! — O jovem apontou para cima entusiasmado e com um sorriso na cara. — Ursa Maior e Ursa Menor! Porque é que se chamam "Ursa"?

— Porque pelos vistos parecem ursos, pelo menos à vista de alguns.

— A mim não me parecem, mas não interessa. Olha ali, não é a cintura de Órion?

— Sim, exato. — O moreno olhou para Jeongguk, que também olhou para ele. — És bom nisto, meu anjo.

— Eu gosto de estrelas. A mãe disse-me que todos vamos ser estrelas. — O loiro sorriu abertamente e recebeu um abraço de Yoongi, que logo foi retribuído.

— Tu já és uma estrela. A mais brilhante de todas.

— Tu também, Suga. A estrela mais doce.

E assim os dois jovens ficaram a observar estrelas o resto da noite.

one of these nights; ykOnde histórias criam vida. Descubra agora