one of these nights; yk

quinze

Seis meses se tinham passado, e tudo tinha mudado.

Jeongguk ia a uma escola, todos os dias, faziam quatro meses. Agora, o loiro estava muito feliz todos os dias e animado com tudo o que que acontecia.

Tinha se adaptado bem, e facilmente simpatizou com a turma, mas haviam três amigos que se destacavam: Eunha, Taehyung e Yeojin. Dos três, a última era a sua melhor amiga. Os dois contavam tudo um ao outro, incluindo a paixão que a menina tinha por Irene, uma aluna dois anos mais velha que ambos.

Quanto a Yoongi, saiam muito mais, e o mais velho dormia mais na casa de Jeongguk do que na sua. Já era um namoro, real e oficial, tinha havido um pedido, e ele tinha sido muito aleatório, porém romântico.

Estavam ao portão do que seria a nova escola do loiro, no primeiro dia. No momento em que ele ia entrar, o mais velho chamou-o e apenas disse:

"Queres namorar comigo?"

Foi surpreendente? Sim. Jeongguk assustou-se? Também.

Mas o mais novo respondeu, sem pensar duas vezes, que sim, queria ser namorado dele.

— Gguk? — O loiro foi interrompido por uma das suas amigas, Eunha, a bater-lhe no ombro. Estava a escrever no seu caderno de história, mas no fundo, a sua cabeça estava na lua. — A aula acabou.

— Já?

— Já? A aula teve duas horas! Meu deus, tu és mesmo despistado. — A menina riu e ajudou o amigo a arrumar o seu material dentro da mochila. — O que será que vai dentro dessa cabecinha?

— Qualquer coisa, menos história. É um bocado para o chato. — Os dois riram e saíram da sala de aula.

— Sim, eu sei, já me disseste. Jeongguk e História não é uma relação que resulte, de todo. — Ao ver Taehyung e Yeojin, a morena agarrou no mais novo e puxou-o até eles. — Tudo bem, meninos?

— Tudo ótimo, a Yeojin conseguiu abrir o meu cacifo sem a chave, e agora tenho medo de ser roubado, porque pelos vistos nem nisso estou seguro. E vocês?

— A Eunha estava a desenhar aquele rapaz, o Kihyun, na aula. E depois, eu é que sou o distraído.

— E és. — Yeojin entrou na conversa e estendeu um pacote de bolachinhas, logo voltando a guardá-lo quando viu que todos tinham tirado algumas. — Já todos sabemos que a Eunha tem uma queda grave por ele, só fingimos que não para ela não ficar triste.

— Eu preciso urgentemente de amigos melhores. — Eunha suspirou e comeu a sua bolachinha.

— Não reclames de nós, nós somos bem simpáticos em comparação a outras certas pessoas. — Observou Taehyung.

Era sempre assim. Eunha era mais direta e não tinha medo do que dizia, Yeojin era de certa forma mais simpática, mas quase que farinha do mesmo saco, Taehyung só sabia fazer piadas e Jeongguk normalmente estava distraído ou a brincar que nem uma verdadeira criança, quando de bom humor.

Um grupo perfeito, na opinião deles.

— Vou direta ao assunto, tenho fome. — Disse Yeojin. — Se for possível, ofereçam-me comida. Pode ser? — Olhou para Eunha com um beicinho e a mesma suspirou e cruzou os braços.

Eunha era como responsável pelo bom funcionamento do grupo, já que era a mais velha. Depois dela, Taehyung, e Jeongguk e Yeojin, que tinham uma exata semana de diferença.

— Está bem, vamos ao refeitório ver se hoje há comida cozinhada, se não vamos a um café. Tu vens, loirinho?

— Hoje não, disse ao Yoongi que ia ter com ele depois das aulas. — Jeongguk sorriu e recebeu um aceno de cabeça de volta.

— Sou o padrinho do casamento, está dito, informei.

— Se o Tae pode ser padrinho, eu posso ser madrinha. — Continuou Yeojin.

— Vai sonhando, madrinha sou eu. Não é Jeongguk?

— Ah.. Acho que vou embora, até depois! — O loiro saiu do lugar a andar rápido, mas pôde ouvir gritos de fundo.

— Isto não acabou, Jeon Jeongguk! Eu sei onde vives! — Ao gritar isto, Yeojin desatou às gargalhadas, e os três amigos foram à caça de comida.

O loiro estava a sair da escola, e sem nenhum esforço viu uma silhueta conhecida.

— Hyung! — Jeongguk correu para abraçar o mais velho, que não demorou minutos para corresponder.

— Eu!

— Pensava que não me vinhas buscar. Pensava que eu ia lá ter!

— É, esse era o plano, mas eu arranjei um tempinho para te vir buscar, anjo. Até porque, comer os gelados é de extrema importância, não achas? E acho que assim é mais fácil. — Deixou um selar na testa do mais novo, que estava com um sorriso radiante.

— Os gelados são muito importantes. Desde sempre que os comemos.

— Exato, é como uma tradição nossa.

— Então vamos! Aquilo ainda fecha, Hyung! — Jeongguk puxou o mais velho pelo braço, e este ia praticamente arrastado. A certa altura, começou a rir e andar normalmente.

— Seria trágico se isso acontecesse.

quebra de tempo.

— Estes gelados são tão bons! Até no inverno! — O loiro deliciava-se com o seu doce de manga e o moreno com o seu de morango. Estava relativamente frio naquele momento, mas mesmo assim, os gelados sabiam bem e eram uma tradição inquebrável dos dois. — Vais lá a casa hoje, Hyung?

— Não sei, meu anjo. — Yoongi encarou as mãos do mais novo, que estavam no braço do banquinho de madeira onde estavam sentados. — Depende, se eu não tiver nenhum trabalho, apareço lá, mas não te preocupes, amanhã vou de qualquer forma. — Sentiu um abraço caloroso e rapidamente retribuiu o carinho.

— Se tiveres alguma coisa eu ajudo, mas vai lá, sem ti parece muito vazio. — O loiro implorou quase que de joelhos para o seu Hyung ir dormir a sua casa, este era um processo que acontecia todos os dias, e resultava quase sempre no mesmo:

— Okay, okay, eu vou. Mas se levar folhas e cadernos, não te chateies comigo.

— Nunca ficaria chateado contigo, Suga, tu sabes disso. Não enquanto fores tão generoso.

— Então vou continuar a ser generoso. Doutor Generosidade às vossas ordens, majestade. — O moreno fez uma vénia, e de imediato, recebeu um beijo do mais novo, que também estava levantado agora. Mesmo que tivesse passado tempo, o sentimento era igualmente carinhoso, era um amor genuíno que ambos sentiam. Apesar de um ser diferente do outro, havia uma força gravitacional entre os dois, e ela era o amor.

— Ordeno que durma em minha casa hoje, Doutor.

— Majestade, já tinha dito que sim. Fique descansado. — Os dois riram e abraçaram-se, de novo.

Se antes era uma dúvida, agora Yoongi tinha a certeza:

Andar pelas ruas a meio da noite, e ser curioso ao ponto de seguir uma voz desconhecida, tinha sido a melhor escolha da sua vida, e não voltaria atrás por nada.

Ele amava o rapaz loiro que cantava para uma gata adormecer, e era amado de volta.