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  Eu e minha mãe, Teresa, temos o hábito de sairmos para fazer besteiras de menininhas, vamos ao shopping, fazemos compras, essas coisas. E justo neste bendito dia de "mãe e filha", estava ocorrendo uma palestra, até ai nada de mais, só um médico passando a sociedade seus conhecimentos, certo? Errado!

  Quando estávamos na escada rolante, avistei um homem trajando branco, pensei: é um médico! Com certeza. Conheço um médico de longe, alem disso, meu avô é um médico aposentado.

  Ele era lindo, com toda aquela vestimenta. O cara gesticulava com uma graciosidade absurda, e de onde eu estava, dava para perceber que ele não era só bonito, era gritantemente lindo.

Deus, o que é aquilo?

  Sim!
A minha mãe falou isso. Inclusive, quando olhei pra velha, ela estava babando no espécime, como se não fosse uma mulher casada e como se a sua filha não estivesse ali.

Vou contar tudo ao papai!

  Eu não ia, mas queria ver a reação de Teresa Blanco quanto a atitude dela.

Corre logo, tola, aproveita que ele ficou em casa e conta- Minha mãe ri— Eu sou casada, Cloe, mas não sou cega, aquele homem é lindo, mas nem em um milhão de anos eu o trocaria por seu pai.

  Eu sei disso!
Os dois se amam como dois pombinhos apaixonados, as vezes, dá um pouquinho de nojo de tanta melação, mas me arrependo no minuto seguinte.

Eles são lindos juntos!

O cara nem deve ser essas coisas, as vezes é só porque a lonjura o favorece.

  Minha mãe riu.
Sim!
  Ela riu na minha cara.

Você parece uma adolescente vendo o primeiro namoradinho, filha, quer mesmo que eu, Tereza Blanco, acredite nisso?

  E daí que eu parecia uma criança feliz no parque de diversões?
  Provavelmente o bonitão de jaleco nem é lá essas coisas todas.

Já tive namorados suficientes para decretar que aquele é uma fraude.

  Minha mãe encarou-me, com o seu olhar de desafio, aquele que me dizia que ela tinha razão, e eu não!

Pois bem, vamos até lá, vamos ver de perto se o cara é menos do que você imagina.

  Revirei os olhos sem paciência. As vezes me dava nos nervos ser tão amiga da minha mãe, porque ela esbarrava em diversos direitos meus, só que dona Teresa nunca vai importar se infligir um direito seu, ela sempre diz que antes os dos outros do que os dela, e não sente remorso nenhum por isso.

  Uma graça!
Então, impedida de fugir, fui compelida a seguir minha mãe até o espaço em que estava acontecendo a palestra.

  Qual não foi minha surpresa ao constatar que o cara simplismente era... Um deus!

  Sentamos nas últimas cadeiras vazias dispostas pelo o ambiente. As mulheres simplismente suspiravam a cada três segundos, como se estivessem programadas para isso, mas o cara a frente, não parecia notar e se notava, não parecia ligar.

  Minha mãe começou a prestar atenção ao que o médico dizia, eu, por outro lado, não ouvia uma só palavra, só fiquei olhando para sua boca linda mexendo e mexendo.

Bem, senhoras, eu agradeço pela presença e ereção.

  Arregalo os olhos para o médico, olho ao meu redor, as outras mulheres também parecem ter ouvido o mesmo que eu.

Ereção?!- Alguém grasna a palavra.

  O bonitão ri com vontade das nossas caras.

Bem, agora acredito que vocês realmente estão me ouvindo.

Ele brincou com a nossa cara?!

Minha mãe riu do meu lado.

Tu tem que vê a sua cara, filha, é impagável, e sabe de uma coisa?Adorei esse médico, não quer fazer dele o meu genro?

  Revirei os olhos. Minha mãe é uma provocadora, não tem limites e muito menos trava na língua, e quando noto, lá está ela, numa fila improvisada, só esperando para falar com o doutor gostosura.

O que tá fazendo, mãe?- Questionei sabendo onde isso ia dar.

Indo cumprimentar o moço, achou mesmo que eu perderia essa oportunidade?

  Pensei no seguinte: minha mãe é louca! Muito louca!

Oi, Brian Wisin, me chamo Teresa Blanco, adorei a palestra, mesmo chegando na última parte- Minha mãe falou assim que teve a oportunidade.

Eu sugiro que a senhora foi a única a ouvir atentamente o que falei.

Ah, meu querido, meu pai foi médico, sabe? Então eu adoro esse universo da medicina.

O homão da porra assentiu.

Se não se importa, eu gostaria de lhe apresentar minha filha, Cloe Blanco.

  Então finalmente ele notou minha presença ali, me mirou, de cima a baixo, lambeu os lábios e disse:

Sou Brian Wisin.

  Fiquei bobinha da silva, se ele dissesse: "vamos ali pro beco, transar", eu iria sem pestanejar.

  Ele estendeu a mão e eu a segurei, seus olhos num castanho muito escuro, sua barba bem feita, distribuída pelo rosto e o cabelo tão escuro quanto os olhos, me encantaram no mesmo instante. Fiquei sem chão!

  E o seu aperto firme de mão? Eu derreti feito sorvete no sol.

Oi- Eu disse, por falta de melhores palavras.

  Ele me deu um sorriso lindo, mostrando todos os seus dentes perfeitos. Um sorriso genuíno!

Aproveitou a palestra?

Humrum... Adorei... Er... O assunto.

  Ele sorriu mais uma vez. Tadinha da minha calcinha!

Era sobre paralisia infantil, a palestra, caso não tenha tido tempo de ter notado o título.

  Corei no mesmo instante. Queria era fazer como avestruz neste momento: enfiar minha cabeça em um buraco!

  Sua mão continuou segurando a minha, como se ele estivesse me prendendo a ele. Então, minha mãe pigarreou, e nos soltamos.

Bem, agradeço por você exercer um trabalho tão lindo, Senhor Wisin.

  Minha mãe é assim: deu trela, já se torna íntima!

É um prazer ajudar o próximo, dona Teresa.

Só Teresa, filho- Ela deu um tapinha no bração do homão— Vamos, filha, porque seu pai está nos esperando.

Acenei, afirmando com a cabeça.

Tchau- Disse a ele antes da minha mãe me arrastar para longe.

Tchau, Cloe- Ele abriu um sorriso sedutor.

  Juro que nessa hora eu esqueci meu nome, estava bastante encharcada, me subiu um calor de baixo pra cima, que se o bonitão quisesse transar no banheiro mais próximo, eu teria ido!

  Sendo assim, este foi o meu belo episódio, que o nomeei de: Wisin e o seu jaleco!

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  Eu sei o que eu disse kkkkk
😆
Disse que só postaria no domingo, mas, gente, eu não aguentei kkkk😏
  Então, aproveitem muuuuuuiiitooooo, porque volto rapidinho

ReveladoraOnde histórias criam vida. Descubra agora