Flores de Plástico

7 - Planejamos um enterro e comemos sandubosos

No dia seguinte, contei a Alicia como havia sido minha visita à casa da vó de Rhavi, mas ela mal me deu atenção e continuou pensando em uma forma de destronar Lana.

- Alicia, para com isso por favor!

- Mas de quê adianta esse namoro falso se você não for tirar proveito nenhum? - Ela bateu o pé. - Ah é! Eu esqueci da sua queda pelo Rhavi... Mas se ele ainda considera falso você precisa se preparar para o pior.

- Obrigada por me lembrar que eu jamais vou ficar com o Rhavi se não for por um bendito acordo! Não entendi porque você tá agindo assim e atacando todo mundo!

- Ai... Me desculpa, amiga... Eu não quis dizer iss-

- Tudo bem. Eu já tô atrasada pro almoço, tchau.

Deixei Alicia na porta da escola esperando a carona dela e fui pra minha casa.

Quando cheguei em frente ao meu portão vi Rhavi passar, andando ainda com a mochila da escola. Achei estranho, pois esse era o caminho que ele fazia para ir a casa da Lana.

- Ô RHAVI! - Chamei ele.

- Oi, May!

- Eu sei que não é da minha conta mas... Onde você está indo?

Ele respirou fundo.

- Olha... Relaxa, não pira tá?

- Por que eu piraria?

- Eu tô indo na casa da Lana.

- É O QUÊ?! - Eu gritei completamente apavorada, mas ele deve ter confundido meu desespero com raiva.

- Ei lobinha, calma. Não precisa me morder.

- O que você vai fazer lá?!

- Tô indo pegar as minhas roupas que ficaram na casa dela. Mas as roupas já estão lá faz tempo, antes de a gente começar o namoro falso.

- Só pegar as roupas?

- Só pegar as roupas, eu juro. Pra provar que não vou ficar lá por muito tempo, que horas eu posso vir pras aulas de hoje?

Primeiro eu fiquei desesperada, mas agora estava realmente com raiva.

- Hoje eu não vou dar aulas pra você. Vou pintar.

- Pintar?

- É, tem um ateliê aqui perto onde eu vou pintar.

- Ah... Que coisa mais... Chata.

Por que que todo mundo fala isso, Jesus? Gente ridícula.

- Por acaso você já pintou alguma vez na sua vida?

- Não.

- Então como é que você pode falar que é chato se nunca experimentou?

- Lobinha, que graça tem ficar passando o pincel com tinta de um lado pro outro?

- Em primeiro lugar, é muitíssimo interessante criar arte, em segundo lugar, porque tá me chamando de Lobinha?

- Por que quando você tá brava parece uma loba pronta pra atacar. Só que como você é tão pequena eu chamo de Lobinha.

Cruzei os braços e fechei a cara naquele momento.

- Não gostei do apelido.

- E eu não tô nem aí. Vai lá pra sua interessantíssima arte, vai.

- Por que você não vai comigo? Se você gostar ótimo, se não gostar, pode ir embora que eu não vou ficar brava.

- Sério? Não vai ficar brava?