Carta 07.

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“Querido Michael,

As minhas mãos tremem,

As vozes voltaram.

Querido Michael,

Tenho vontade de chorar, mas estou demasiado cansada para o fazer.

É normal sentir-me tão cansada, querido Michael?

Hoje cortei-me.

Eu sei que não ias gostar, mas foi a única opção.

Senti a dor e lembrei-me que ainda estava viva.

Lembrei-me que ainda sentia as coisas contra mim, além das tuas palavras que cortavam como facas.

Então fiz mais um corte no meu braço.

E depois outro.

Achas-me suicida?

Apenas quis encontrar mais algum refúgio além da escrita, porque…Isto só serve para me expressar, na verdade.

Eu uso a caneta e o papel para deitar para fora o que eu preciso de dizer, mas falta-me a voz.

Tenho um nó na garganta e não me permite falar.

Ando a comer pouco e a vomitar o pouco que como.

A minha mãe sabe disso e ela está a ficar desesperada…

Ela quer-me pôr num psicólogo.  

Não deixes, Michael.

Por favor.

Eu amo-te.

E isso só me ia matar ainda mais.

 

Da tua sofrida,

Freya.”

Apologize. || CliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora