Carta 21.

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“Querido Michael,

Hoje acordei-me e senti um pouco mais saudável…

Mas depois do almoço eu vomitei.

Vomitei e tempo depois comecei a sangrar do meu nariz.

O sangue ficou derramado nos meus dedos e eu observei-o a espalhar-se até cair nos lençóis.

Lembrei-me que estava viva.

Eu lembro-me muitas vezes que estou viva, porque às vezes esqueço-me.

Esqueço-me que ainda posso viver.

Sinto-me tão cansada…

A minha mãe disse que hoje chamei por ti enquanto dormia.

Eu não me lembro de nada.

Será que a minha mente já está a começar a esquecer tudo?

A memória está a ficar mais fraca?

Quando ela saiu do quarto comecei a chorar e comecei a ver mensagens

Minutos depois arrependi-me e suspirei.

Olhei para a janela do quarto e lembrei-me que ainda há esperança.

Todas noites olho para lá e vejo o céu estrelado…

Penso que me vou tornar numa das estrelas.

Michael, quero que cada vez que olhes para o céu te lembres de mim.

Quero que te lembres de mim.

Por favor.

Não quero que chores, ou que me digas ‘amo-te’ ou assim

Porque seria tarde demais.

Apenas quero que te lembras da rapariga que mais te amou.

A rapariga que se entregou 100% a ti.

A rapariga que te entregou todo o coração.

A rapariga que chorava, pensava em ti.

A rapariga que te amava mais do que ela própria.

Eu imagino-te com outra rapariga.

Com uma família.

Dois filhos.

Vocês num churrasco de domingo com amigos.

Felizes…

E a mulher que vai estar ao teu lado não serei eu.

Não serei a mulher que te vai fazer feliz…

Mas tu vais ser feliz.

Com ou sem mim.

Pessoas vão e veem.

Melanie apareceu cá esta tarde….

Ela começou a chorar e a dizer que fazia falta.

Eu disse para ela não chorar…

Ela apenas disse “Como não chorar, Freya? Fazes-me imensa falta.

Nada é o mesmo… Falta o teu humor, mesmo forçado.

Falta o teu riso, as tuas piadas sem graça. Faltas lá tu.

Ele tirou-te já uma parte de ti, mas ainda estávamos lá.

Eu sinto-me tão inútil…” Ela apertou as minhas mãos e eu engoli a vontade de chorar.

Eu abracei-a.

Senti-me um pouco mais segura.

Mas assim que ela me largou senti-me inútil.

Causava-lhe dor.

Como é que nunca reparei?

Estava demasiada preocupada contigo, Michael…

 Fizeste-me esquecer toda gente.

Menos tu.

Eu odeio-te.

Odeio-te por sentir isto.

Odeio-te por conseguir amar-te depois de tudo.

Mas o amor é mais forte que o ódio.

E isso é uma merda.

 

Da tua,

Freya.”

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A fic está quase a acabar, omds. Esta carta está grande xD espero que estejam a gostar

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