Carta 08.

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“Querido Michael,

Tudo está a piorar…

Hoje a minha mãe levou-me a um psicólogo.

Eu não disse nada, eu fiquei calada a olhar para a mulher de óculos.

Eu apenas olhava para as horas.

Não falei à mulher, nem à minha mãe. Ela não merece, neste momento.

Ela continua-me a dizer que estou com depressão e para parar com esta obsessão.

Que obsessão?

Tu és a única pessoa que me mantém viva.

Longe ou perto.

Com ou sem.

Dói estar longe de ti e estar sem ti, mas…a esperança mantem-me viva.

Cortei-me de novo, Michael.

Dói no momento, mas depois…a dor da razão do porquê não é maior.

Eu sinto-me, às vezes, patética…

Porque estou a fazer isto por um rapaz que me magoou, que me faz sentir insegura.

Por causa de ti eu odeio-me.

Odeio o meu corpo, o meu rosto, a minha voz, o meu sorriso mais do que antes.

Por causa de ti aprendi a forçar um sorriso e um riso…

Eu tento esquecer tudo, eu faço tudo para isso, mas eu não consigo.

Porque, Michael? Porquê?

Porque eu?

Não percebes a dor que me causas…?

Os cortes doem tal como o meu corpo.

Eu preciso de ficar longe de ti, de todo.

 

Da brevemente não tua,

Freya."

Apologize. || CliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora