Carta 25.

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“Querido Michael,

Nunca vi a minha pele tão pálida.

Nunca senti tantas dores de cabeça.

Nunca senti tão pouca fome.

Nunca senti tanta dor.

Sinto que consigo ler todos os olhares das pessoas.

Sinto a dor que todos os outros sentem.

De viver e de morrer.

Sinto que a minha alma está cada vez a ligar-se mais ao ‘Mundo dos mortos’.

Sinto também a minha dor e a falta que me fazes…

Lembro-me do teu sorriso todos os dias e da tua voz.

Na maior parte do tempo eu durmo, mas tu apareces-me nos sonhos.

Às vezes sonho que estamos juntos.

Sonho que estamos os dois felizes e que nada disto tinha acontecido.

Outras vezes sonho com a minha morte e tu com outra mulher numa casa cheia de filhos.

Por vezes, essa mulher sou eu, por outras não sou.

As duas doem.

Porque nunca serei eu.

O tempo está a passar, Michael.

E eu ainda não te vi…

A última carta está na cómoda como se tivesse à tua espera.

Como se tivesse à espera que fosse lida.

Ela está à espera de ouvir um ‘amo-te’.

Tal como eu.

Ainda estou à espera de um abraço, de um beijo, da tua voz, do teu olhar, do teu sorriso.

Ainda estou à tua espera.

Irei estar à tua espera até os meus olhos se fecharem para sempre.

Irei estar sempre à tua espera.

A respirar ou não.

Porque te amo.

 

Da tua,

Freya.”

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ESTÁ QUASEEEE A ACABAR. OMDS. OMDS. OMDSSS.

Apologize. || CliffordOnde histórias criam vida. Descubra agora