Três dias depois
Hoje eu e meu menino, ganhamos alta, vamos pra casa, graças a Deus. Não precisamos ficar mais que três dias no hospital, eu e o Davi estamos muito bem, o meu menino é tão forte.
Não aguento mais ficar aqui nesse hospital, preciso da minha casa, da minha cama e preciso desesperadamente da comida da tia Lurdes.Vou de táxi até a entrada do morro e o Kevin me pega. Ele não pôde ir buscar a gente, infelizmente não está podendo ir pro asfalto, a polícia está na cola dele, mesmo eles não tendo prova de nada. O Kevin sabe entrar e sair de qualquer furada.
Estamos subindo de carro e do nada me bate uma vontade de tomar açaí.
– Amor para ali, quero tomar um açaí, relaxa que vou pedir pra levar pra casa. Me espera aqui.
Saiu do carro e vou até lá comprar meu açaí. Assim que me aproximo me espanto ao reconhecer a dona do carrinho de açaí.
Minha mãe.– Me vê um açaí de um litro pra viagem, por favor.
Digo. Cosso minha cabeça, só quero meu açaí e vou embora.
– Sim, se... filha?
– Oi.Infelizmente não posso tratá-la bem, ela virou as costas pra mim assim que soube que eu tinha realmente virado fiel do Kevin, o que ela não sabe, foi o bem que eles fizeram ao me deixar lá com ele, apanhando e sendo abusada. Hoje eu sou uma mulher muito feliz. Não trocaria nada. Nada da minha vida. E só pra vocês saberem, até hoje eles não tentaram pagar a dívida pra me ter de volta, nem eu faço mais questão também.
– Você tá muito mudada.
– A vida.
– A vida nada, um monstro chamado Patrão. Isso sim.
Bato meu punho na bancada.
– Eu não vim aqui pra você ficar falando mal do meu marido na minha frente, da licença que eu perdi a vontade de comer açaí. Passar bem.Dou as costas pra ela e saiu pisando fundo.
Eu sei que é totalmente errado tratá-la assim, mais também foi totalmente errado ela e meu pai me largarem na mão de um bandido.
Não quero esquentar minha cabeça com isso, não posso me estressar e correr o risco de estourar meus pontos.Entro no carro bufando.
– Ué, o que foi?
– Nada, Kevin. Nada. Vamo embora.Ele liga o carro e sai.
Que bom que ele já me conhece o suficiente pra saber que não gosto de ser confrontada ou interrogada.– Caralho, tô indo.
Eu tava colocando o Davi pra dormir e do nada ouvimos tiros. O radinho apitou e agora o Kevin está pegando as coisas que nem um doido.
– O que houve, o que houve amor?
– Tão invadindo, a polícia. Fica aqui, não sai daqui. Protege nosso filho, que eu protejo vocês.
Ele me dá um beijo e dá um na testa do Davi.
– Amo vocês.Vejo tristeza nos seus olhos. Não consigo falar nada, meus olhos enchem de lágrimas na hora.
Então ele sai correndo.Isso soou como uma despedida, meu Deus, não deixa nada acontecer com ele, ele ainda tem muito pra viver comigo e com o filho.
Por favor meu Deus!Pego o Davi e me encosto em um canto, começo a orar imediatamente.
Pelo Kevin e pelos seus amigos, é a primeira que acontece invasão desde que eu vim morar aqui, nunca passei por isso sozinha, estou com muito medo.
Vai ficar tudo bem, nosso Deus é maior e justo.Meia hora depois, a porta da frente se abre.
O Bigode e os outros meninos entram.
– Cadê o Kevin?
Pergunto desesperada.
– CADÊ O KEVIN CARALHO.
Perco minha paciência e acabo acordando o Davi que não estava conseguindo dormir, dormiu agora pouco, depois de muita luta.
Começo a ninar ele quase chorando junto com o meu filho.Bigode me olha. Pensa, coça o cabelo.
– Pegaram o Patrão.
Paro na hora. Quê?
– Quê?
– A polícia levou ele preso, teve bagui de refém e os caralho a quatro hoje. Os cana pegaram pesado com nois, se sabe que mexer com morador mexeu com nois né. Eles em primeiro lugar.Meu mundo cai, não ouço mais nada.
Ele não pode, eles não podem fazer isso comigo e com o Davi.
Sinto alguém pegar o Davi dos meus braços.
Não pode ser verdade.
Continua...
Bjos de lua amores ❤😒😍
VOCÊ ESTÁ LENDO
No Vidigal
Tienerfictie⚠️Plágio é crime⚠️ Não roube, crie. Série Romances da Juventude Livro I Kessya uma menina de 16 anos mais conhecida como Kess, uma menina meiga, extrovertida e inocente, mora com os seus pais no morro do Vidigal desde que nasceu. Porém não parece qu...