Capítulo 5- Ontem à noite

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Eu estava acostumado a sentir calor enquanto dormia, talvez deva ser por dormir no mesmo chão apertado junto a outros quatro garotos; eu não sabia o motivo, eu só sabia que naquele momento eu estava morrendo de frio. Eu estava dormindo, mas podia sentir o meu corpo tremendo tentando se esquentar, e eu não entendi.

A minha cabeça se voltou à noite passada. Eu nem sequer sabia como tinha chegado em casa (e nem se tinha chegado), e não fazia ideia de como fiquei tão bêbado. A minha dor de cabeça me atormentava até na hora de dormir, parecia uma martelo batendo na minha testa. Droga, Duff, por que você foi beber tanto?...

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— Eu não sei, você tem um jeito diferente. Você deve cantar também, né!? Já pensou em seguir carreira solo? — a mulher que estava em minha frente – me cercando – disse.

— Sim — eu respondi sem olhar nos olhos dela.

Eu tinha acabado de sair do palco e estava tentando achar aquela garota, mas fui interrompido por um ser humano obcecado por sexo que segurou em meu braço e não parava de falar.

— Você é novinho, né!? — pareceu que o meu ar arrogante não foi o suficiente para desinteressar essa mulher.

Ela me pôs contra a parede e eu continuava a procurar por alguém com os meus olhos, mas já estava ali há quase vinte minutos. A moça (um pouco velha) vestia uma roupa muito decotada, mas não me chamou um pingo de atenção.

— Sim, eu sou novinho — estava respondendo o mínimo possível. Ela já estava me irritando.

— Sabe, você não quer... sair daqui? Talvez ir lá pra fora... Aqui ta muito tumultuado, não acha?

— Não.

Eu não queria ter que empurrar essa mulher pra longe de mim, mas eu não estava aguentando mais. Se fosse em um outro dia, talvez nós já estivéssemos feito tudo do possível e impossível, mas não era, esse era o único dia que eu tinha e eu não ia desperdiçar. Parecia que tudo estava correndo contra mim.

Por sorte ou acaso, Slash passou bem na nossa frente e eu consegui segurar no braço dele e empurrar aquela mulher para cima dele. Eu fiz no reflexo. Sabia que Slash não se importaria e muito menos ela, eu não era prioridade naquele caso; mas eu não tinha tempo pra isso.

Assim que desgrudei daquela mulher e do olhar confuso de Slash, eu saí andando em direção ao bar – aonde tinha a visto pela última vez – e não olhei para trás.

Eu tinha alguma coisa com essa garota, e eu não sabia o quê era. Eu nunca fiquei assim em toda minha vida; nem sequer a conhecia, mas eu estava obcecado por ela. Não sei, ela era diferente, e não, não digo isso só porque quero adicioná-la a minha lista, ela realmente tinha algo que me chamava a atenção.

Eu andei, andei e andei, não achei em lugar nenhum quem eu queria achar, eu fiquei muito desanimado. Se fiquei uns 20 minutos rodando aquele bar foi muito pouco. Eu já tinha perdido as esperanças e achei uma poltrona vazia no meio daquela multidão, e resolvi sentar. A minha cabeça estava a mil, parecia que eu não tinha dormido. Meus nervos estavam agitados, eu tremia sentado, mas não era de frio, era de nervoso. Eu não consegui encontrá-la, e talvez isso tenha causado em mim um certo desconforto, mas eu ainda estava confuso sobre isso. Eu esfregava a mão no meu rosto, quase amassando a minha pele, tentando me desconcentrar daquilo, daquele assunto que me atormentava, mas eu não conseguia, apesar do esforço. Péssimo dia para se sentir mal, Duff.

Eu fechei os olhos e cruzei os braços, minha mente estava branca e finalmente eu consegui encontrar a paz, até que uma voz alta e aguda grita no meus ouvido e eu levo um tremendo susto.

Selfish || Duff MckaganOnde histórias criam vida. Descubra agora