Quem acha sexo uma coisa simples, normal ou algo assim, nunca te viu em cima de mim.
Nunca puderam olhar-te, olhos fechados, entre suspiros e um movimento de vai-e-vem constante.
Não sentiram o suor pingar quente, salgado, nos lábios, cabelos e testa. Uma fresta da janela aberta, um tanto de ti sob minhas unhas.
Queria ofertar pro mundo esse invadir poético.
Teu sexo, meu sexo, nosso êxtase.
Línguas com sede não de água, ou coisa equivalente, sede daquele líquido que escorre da gente.
Suor, saliva, sêmen.
Minhas pernas tremem, você sorri.
Segura com força no meu quadril, isso, assim, agora vem devagarzinho, com cuidado, com jeitinho, repousa teu corpo sobre o meu, é, quero sentir teu peso, cada músculo, cada milímetro, quero perder o ar.
Agora me olha nos olhos, morde minha orelha, meu pescoço, enquanto eu solo nas tuas costas feito guitarra. Travo as pernas, enlaço os pés, te cerco de mim por todos os lados, posso ser o que você quiser.
Imagina, faz cenário enquanto me perco no cheiro que teu corpo exala robusto, amadeirado.
Ainda não inventaram poesia mais bonita que meu corpo colado no teu, despido de roupa, de culpa, de trejeitos sociais.
Eu e você, dois animais.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Céu cinza, mar azul - a poesia no fim
ChickLitÀs vezes só as palavras são capazes de dizer o que queremos e sentimos. Não se fazem mais ouvidos como olhos.