É que às vezes a gente erra pra se salvar, querida.
Foi assim quando você mandou aquela mensagem e ele não respondeu e, pensando com todas as forças que ele não tinha visto, ligou, e ele não atendeu. Foi assim quando você disse pras suas amigas que ele não fez por mal quando te ofendeu e, ainda, que ele estava fora de si quando te disse adeus.
Lembra das noites em que tua boca era inundada pelo sabor salgado das lágrimas? Pois é, o amor nem sempre é doce.
Mas a dor se fez necessária. E, mais que isso, se fez bem vinda.
Antes, durante todas as tuas insistentes tentativas de fazê-lo voltar, aceitou a culpa. Passava todas as horas do dia analisando minuciosamente a história, procurando indícios da tua falha. Você transformou o réu em juiz e se sentenciou a morrer, gradativamente, todo dia.
Difícil acreditar que não deu certo. Mas se olha no espelho amor, não fosse ele ontem, hoje não seria você.
Tua insistência em acreditar que ele tinha algo bom, mesmo provando o contrário todo dia, foi tua redenção.
E a certeza de que nunca vai passar foi jogada por terra no dia em que você acordou, levantou da cama como quem levanta da cadeira do tribunal absolvido e, ainda de olhos fechados, abriu mão.
Abrir mão nem sempre significa desistir, pode ser mais bonito que isso.
Pode ser se dar paz.
Entende agora menina, todos os teus erros não foram antes, nem durante a relação.
Teu erro foi amar quem não tinha coração.
Agora vai ser feliz, se joga pra vida, aproveita tua salvação!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Céu cinza, mar azul - a poesia no fim
Chick-LitÀs vezes só as palavras são capazes de dizer o que queremos e sentimos. Não se fazem mais ouvidos como olhos.