Capítulo 22-O baú!

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O jantar de hoje foi o jantar mais intenso entre todos que alguma vez presenciei.Os meus pais,ambos calados mas com trocas de olhares de amor e desejo.Beatriz e Pedro,pai de Diogo,trocavam carinhos e conversavam sobre algumas coisas enquanto eu e Diogo planeávamos o que iríamos fazer durante o fim de semana.

-Ouvi dizer que hoje as meninas quase destruíram a cozinha,isso é verdade?-perguntou Beatriz interrompendo aquele ar pesado num tom divertido.

Eu e a minha mãe entreolhámos se sorrimos.

-Sim é verdade-respondeu a minha mãe com o único sorriso projetado até agora.

-Hum...e não me pediram ajuda?-gargalhámos todos-tal mãe,tal filha-olhou para mim e eu corei com as suas palavras.

O jantar acabou e fomos para a sala onde conversámos por muito tempo e lá estavam aquelas trocas de olhares entre aqueles dois.

Será possível a minha mãe resistir tanto tempo ao meu pai?Hum...acho que não,tenho de lhes dar uma ajudinha.

-Estou a gostar muito da conversa,mas vou deitar-me-disse a minha mãe.

-Hum...eu acho que vou fazer o mesmo-disse o meu pai.

Ai ai,estes dois são mais teimosos do que sei lá o quê.

-Vicky?-era Beatriz.

-Sim...?-aproximou-se e sentou-se no sofá ao meu lado.

-O que se passa com estes dois?-referiu-se aos meus pais.

-Aquela barra que separa a minha mãe do meu pai quase se quebrou esta tarde-recordei o momento.

-A sério?Isso é fantástico-sorriu.

-É...sabe o meu pai quase a beijou,mas...a minha mãe é teimosa e simplesmente fugiu dele-entristeci.

-As coisas vão resolver-se vais ver...eles só precisam de tempo,as feridas ainda estão abertas é só ter mais um pouco de paciência-abraçou-me.

-Espero bem que sim.

-Bem também me vou deitar,amanhã será mais um dia longo e cheio de trabalho.Boa noite meninos portem-se bem-disseram os pais de Diogo depois de subir as escadas.

-Boa noite-respondi.

-Boa noite e portem-se bem também-olhámos para Diogo surpresos.Esse "portem-se bem também" foi muito perverso.

-E nós princesa-olhou para mim.

-Nós o quê?-sorri vendo-o sentar à minha beira.

-O que vamos fazer agora?-pervertido este rapaz.

-Tu não sei,mas eu vou dormir-beijei a sua boca quente e macia e sorri ao vê-lo olhar para mim como um gatinho abandonado.

Já era de madrugada e eu estava às voltas na cama sem conseguir dormir.

As palavras da minha mãe a dizer para não abrir aquele baú ecoavam na minha cabeça.

Tive noites mal dormidas só de pensar naquele maldito baú que me atraía como um íman.

Levantei-me,vesti o meu roupão e calcei os meus chinelos e foi beber um copo de leite.

Olhei para a porta da sala mágica e não resisti mais um segundo,aproximei-me dela,assegurei-me que estava sozinha e entrei.

Segundos em frente àquele misterioso baú e então aproximei-me dele e abri-o...

-Uau-disse em voz alta.

Aquele baú estava cheio de recordações.

Tinha fotografias dos meus pais juntos a beijarem-se e em festas.Também tinha fotos dos meus pais e dos pais do Diogo.Tinha alguns livros de feitiços,calculo que fossem os primeiros livros da minha mãe e também tinha uma espécie de diário escrito pela minha mãe,era fácil de perceber que era dela pois aquela era a sua letra.

Tive uma curiosidade enorme em o ler,então abri-o e...

...e logo na primeira página tinha duas fotografias,uma era da minha quando tinha mais ou menos a minha idade e ao lado dela estavam um homem e uma mulher,elas eram tão parecidas,será que estes são...os meus avós?Oh meu Deus...

Reparei que na outra fotografia eram os meus pais um pouco mais velhos e ao colo da minha mãe estava um bebé.A minha mãe nesta fotografia parecia ter um ar cansado,mas que transmitia amor através daqueles grandes cristais azuis.Será que aquele bebé era...eu?Será que era o dia do meu nascimento?Oh meu Deus,a minha mãe guardou tudo isto durante tantos anos?Já percebo porque é que não queria que eu abrisse este baú.

Parei para respirar uns segundos e voltei a minha atenção para o diário.

Imagina hoje à noite a gente se perder,

Imagina hoje à noite a lua se apagar,

Imagina hoje à noite eu e tu ali os dois,

Imagina hoje à noite perdermo-nos nos braços um do outro,

Imagina hoje à noite ver-mos a luz do paraíso,

Imagina hoje à noite sentirmos o calor do inferno,

Imagina hoje à noite a paixão do nosso amor florir,

Imagina hoje à noite o relógio parar o tempo,

Imagina hoje à noite o mundo ser nosso,

Imagina hoje à noite as ondas do mar rebentarem com mais intensidade,

Imagina hoje à noite as almas dos nossos antepassados acordarem,

Imagina hoje à noite eu e tu,tu e eu,os nossos corpos juntos,os teus braços com os meus,os teus lábios colados nos meus...imagina tu e eu,ali na noite escura,perdidos no nosso amor!

Foi a minha mãe que escreveu isto?OMG...fiquei boquiaberta quando li isto durante e...

-Espero que tenhas encontrado o que procurávas-a voz da minha mãe soou como um despertador que toca pela manhã quando ainda temos vontade de dormir.

Naquele momento senti-me como se tivesse invadido a sua privacidade.

-Eu...eu...-gaguejei envergonhada fechando o diário que tinha nas mãos.

-Não tinhas o direito Vicky,eu pedi-te explicitamente para não o abrires-o seu tom de voz alterou-se.Acho que nunca vi a minha mãe tão zangada,principalmente comigo.

-Eu sei mãe tens razão,não volta a...-e saiu antes de conseguir terminar a frase.

Oh meu Deus o que foi eu fazer?Eu não a queria magoar.

____________________________________________________________________________Aqui está mais um cap com a nossa Vitória em sarilhos.Será que esta procura da Vicky pelo passado terminará por aqui ou continuará?E será que a mãe a perdoará da sua grande curiosidade?Fiquem para ver,neste caso ler,o que espera para Vitória.

Obrigada!

Kiss<3<3<3

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