Capítulo 59-O Nascimento(Parte II)

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-Vó o que vais fazer?-perguntei assustada.

-Não te preocupes a tua mãe vai ficar bem-olhou para ela-eu só preciso que agarres a mão da tua mãe e a mantenhas calma-sorriu.

-Mas...

-Faz o que eu te digo-respondeu e eu assenti.

A minha avó levantou um pouco do lençol e olhou para a minha mãe,que se contorcia com as dores.

-Já tens a dilatação completa...-voltou a olhar para ela-é agora ou nunca-sorriu.

-Por favor...ajuda-me-a minha mãe suplicou.

Enquanto Beatriz passava panos molhados na cara e pescoço da minha mãe,eu e o meu pai agarrámos em cada mão da minha mãe e...

-Quando eu contar até três tu fazes força-disse a minha avó para a minha mãe.

-O...ok-respondeu.

-1...2...-olhou para a filha-3...empurra.

-Aaaaa-a minha mãe apertou tanto a minha mão que eu fiquei durante uns segundos sem a sentir.

-Outra vez...faz força.

-Aaaa-a minha mãe deixou cair a cabeça na almofada-eu não consigo mais-chorou.

-Tu consegues filha-a minha avó falou.

-Tu és forte-falei.

A minha mãe olhou para mim e sorriu mesmo tendo dores.

-É só mais um empurrão e a tua filha nasce...Mel tu és forte,tu consegues...até três.

A minha mãe fez força uma última vez e todos nós sorrimos quando ouvimos um choro de bebé.

-Ela é linda filha-disse a minha avó a chorar emocionada.

A minha mãe pegou na bebé já embrulhada num cobertor.Ela sorriu e beijou a sua testa.O meu pai logo se aproximou daquela coisinha pequenina e fofinha,acariciou a sua bochecha e beijou a minha mãe.

-Fizeste um bom trabalho-ele disse e a minha mãe simplesmente sorriu.

-Vicky...?-a minha avó chamou-me.

-Sim...?

-Queres cortar o cordão umbilical?-perguntou.

Olhei para os meus pais e para Beatriz e estes sorriram,percebi que aquilo significava que eles também concordavam.

Ao primeiro hesitei um pouco,mas depois acabei por aceitar.

-Está bem-sorri e cortei o cordão umbilical.

...

Já estávamos à mais ou menos uma hora no hospital à espera de notícias da minha mãe.

Os médicos avisaram-nos que acontecia muito algumas mulheres não chegarem a tempo ao hospital e por isso davam à luz em casa,mas isso é muito perigoso e caso isso acontecesse elas teriam de ser imediatamente encaminhadas para o hospital mais próximo.

-Felizmente está tudo bem com a Sra Melissa e com a bebé-disse o médico-se quiserem podem ir vê-las.

Subimos logo para o quarto onde a minha mãe e a minha irmã se encontravam e quando lá entrámos deparámo-nos com a minha mãe encostada às almofadas a dar o peito à minha irmã.

-Mel...-o meu pai aproximou-se dela.

-Afonso...-sorriu ao ver o marido.

Beatriz e a minha avó também se aproximaram dela e eu fiquei a observá-los da porta do quarto.

A minha mãe estava com um ar cansado,mas não deixou de ter aquele sorriso lindo cada vez que falava da minha irmã.

Eu acho que foi um bocadinho injusta com ela,mas aquela mágoa de ser ignorada pela minha própria mãe ainda permanecia no meu coração.

-Ela é a tua cara-disse Beatriz.

Todos converssavam com uns sorrisos de orelha a orelha e eu continuei ali até que o olhar da minha mãe se cruzou com o meu e vi que ela ficou um pouco triste.

-Filha...-a sua voz saiu quase num sussurro-senta-te aqui-disse para me sentar na cama ao seu lado.

-Eu...eu não quero-olhei para o chão.

-Não sejas teimosa-voltou a falar.

Em passos lentos foi-me aproximando e acabei por me sentar ao seu lado.

-Queres pegar na tua irmã?-perguntou.

-Eu...não sei,acho que...-mas antes que terminasse de falar a minha mãe colocou a minha irmã nos meus braços.

Olhei para aquela bebé nos meus braços e um sorriso abriu-se nos meus lábios.

Peguei na sua mãozinha pequenina e macia e acho que naquela boquinha pequenina também se abriu um sorriso.

-Ela gosta de ti-disse a minha mãe.

A minha mãe encostou-se no peito do meu pai e olhou para mim e para a minha irmã...

-Sabes...?-a minha mãe falou-eu e o teu pai ainda não escolhemos que nome dar à tua irmã e...-olhou para mim-pensámos que quisesses ajudar nessa tarefa-sorriu.

Depois de algum tempo a pensar,por fim resolvi falar:

-Margarida-olhei-a nos olhos-eu gosto do nome Margarida.

Os meus pais olharam um para o outro,sorriram e concordaram.

-Eu...eu...-tentei falar-preciso de ir-a minha mãe pegou na minha irmã e eu notei que ficou triste outra vez.

-Mas eu pensei que...-não a deixei terminar.

-O pai,a avó e a Beatriz cuidam de ti-forcei um sorriso-tu ficas bem sem mim.

Virei costas e saí do quarto,mas antes ainda consegui ouvir a minha mãe falar:

-Ela nunca vai aceitar a irmã,pois não?

Lágrimas começaram a cair no meu rosto e eu só queria sair dali...e foi o que eu fiz.

_______________________________________________________________Bem aqui está mais um cap,espero que tenham gostado.

Será que algum dia Vitória perdoará a mãe?Humn...

Para saberem têm de........................................................................ESPERAR eheheh

Obrigada!

Kiss<3<3<3

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