Capitulo 10

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Sentia uma tremenda vontade de o beijar. Não sei explicar porquê mas havia algo inexplicável entre nós que nos continuava a puxar um para outro. Algo magnético. Inexplicável.

Cada vez me aproximava mais dele, até que consegui sentir a sua respiração fresca na minha cara. À medida que me ia aproximando dele, ia pensando em tudo o que se tinha passado entre nós e como 4 anos não mudaram rigorosamente nada. O sentimento continua o mesmo, embora eu não transpareça isso. Mas neste momento parece que esqueço todo o mal que ele me fez e simplesmente me concentro nas maravilhas que ele já me proporcionou. 

Colei a minha testa à dele. Senti a sua mão subir-me do braço até à cara, fazendo com que eu me arrepiasse intensamente. Ele sempre teve esse efeito em mim, devido ao seu toque harmonioso. 

Lentamente fui juntando os nossos narizes e pode sentir os lábios de Harry nos meus. 

- Mamã?

Afastei-me rapidamente dele e fiquei a olha-lo por uns momentos antes de falar com Emma.

- Querida estás melhor? – Disse enquanto me chegava mais a Emma.

- Sim mamã. O papa e o tio Louis cuidaram de mim.

Quando ela disse o nome de Louis em tornei-me numa estátua, não me consegui mexer. Estava em choque. A minha filha convivia com uma das pessoas que me virou as costas. Provavelmente sempre conviveu com ele, sem eu saber. Continuei estática até que alguém quebra o silêncio daquele quarto.

- Humm… Desculpem interromper mas é só para dizer que já tenho aqui o leitinho quente para a Emma.

Olhei e vi Louis. Levantei-me bruscamente, puxei Harry pelo braço para fora do quarto, deixando Louis cuidar de Emma por uns momentos.

- Quando planeavas dizer-me que a Emma o conhecia? – Eu falava baixo para que ele no quarto não ouvisse, mas ao mesmo tempo falava com raiva.

- Eu pensei que soubesses. – Disse ele com um olhar de culpa. – Ele vive comigo, normal que Emma o teria de conhecer.

- Vive contigo? Eu não sabia Harry.

- Pois muita coisa tu não sabes. 

Ele falou baixo demais mas mesmo assim consegui ouvir o que ele disse.

- Não fui eu que perdi as coisas mais importantes da vida da minha filha.

Ele levantou a cabeça e olhou-me com raiva. Eu sabia que ele ia reagir assim, era o que queria.

- A culpa é de alguém.

- Sim, tua. – Disse muito calmamente.

Ele olhou-me, respirou fundo e mudou de assunto. – Mas porque é que ficaste tão chateada quando soubeste que Emma conhece Louis?

- Porque é que ele vive contigo?

- Não me respondeste à pergunta.

A verdade é que não lhe queria responder, mas sabia que se não o fizesse ele não me contaria a história. – Simplesmente porque ele foi uma das pessoas que me virou as costas.

Harry abanou a cabeça em sinal de revolta. – Tu não sabes de nada Catherine, tu não sabes como ele ficou depois de teres ido embora. Ele veio viver comigo porque ele sabia que se eu ficasse sozinho, nesta casa cheia de recordações nossas, eu iria cometer uma loucura. Eu iria estragar a vida de Emma, coisa que eu não quero. Foi ele que me apoiou, foi ele que me ajudou a levantar depois de tudo o que se passou. Foi ele que me ajudou a ultrapassar o facto de ter perdido o nascimento da minha filha, os seus primeiros passos, a sua primeira palavra. – Ele chorava enquanto dizia isto e fez com que eu me juntasse a ele. – Sempre que me enviavas um vídeo novo dela, eu chorava em frente ao computador, e era ele que ficava ao meu lado a dar-me forças. Se Emma tem um pai é a ele que tens de agradecer.

Eu estava sem reacção, mas a verdade é que não entendia como Louis poderia estar a viver com Harry sem Eleanor.

- E eu sei que esta pergunta está a pairar na tua mente. Mas o Louis e a Eleanor acabaram pouco tempo depois de te ires embora.

Eu chorava ainda mais, não sei bem porquê. Talvez por pena de Louis, ou por culpa de não ter estado ao lado dele.

Take the Step - h.s./ l.t.Onde histórias criam vida. Descubra agora