Capítulo 6

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Já era fim de mês e véspera da Semana Santa, quando decidi que iria passar o feriado com os meus avós. Já estava entediada de ficar no meu quarto, desanimada e estressada pela demanda de perguntas repetitivas que a minha mãe fazia desde que anunciei o término. Queria explodir. Precisava desabafar com alguém e logo pensei em Fernanda. Mas não sei se foi uma boa ideia.
– Você está diferente ultimamente. Foi algo que falei? – ela me perguntou quando já era noite.
– Óbvio que não. Você é um anjo. Só me faz bem – expliquei-lhe tentando ser delicada. – A verdade é que pedi um tempo no meu namoro. Não queria te falar, mas... aff, isso tudo está tão chato que eu precisava desabafar.
– Por que não me disse antes? Isso tudo é por minha culpa? Você terminou com ele por causa de mim? – ela soltou uma enxurrada de perguntas.
– Ei, calma. Já disse que você não tem nada a ver com isso – respondi para tentar não deixar que a situação virasse uma tempestade. Mas naquele momento também me fiz a mesma pergunta, e a resposta era mais um questionamento: será?
– Tem certeza? Eu já te disse que jamais quero atrapalhar esse namoro, mesmo que eu te queira. Não consigo mais esconder isso de você. Sei que sinto algo, e também sei que não quero perder essa amiza... – enquanto eu lia a mensagem, ficava mais histérica.
– Fernanda, por favor. Eu nem sei ao certo o que significa “um tempo”. Entendo que a nossa amizade é especial e também não quero perde-la, mas tenha paciência e tente me entender.
Ela parou de se culpar, o que para mim já estava mais que irritante e me surpreendeu em seguida.
– Então agora eu posso beija-la? – confesso que li com um sorrindo.
– É, acho que pode – mandei alguns emojis de risada. O meu corpo formigou.
Melhorei bastante após conversar com ela por horas. Lembrei-me da última vez em que a vi e as coisas que aconteceram. Fiquei arrepiada em pensar na possibilidade de poder de fato tocar os seus lábios com os meus. Tirei todos esses pensamentos e fui dormir. Mas não foi o suficiente para fazer com que ela saísse da minha mente.
Naquela noite sonhei com ela. Sonhei que a visitava e que ela me levava para o seu quarto. Inicialmente ela apoiava a sua cabeça no meu colo, mostrando certa timidez. O que não demorou muito até ela se levantar, me empurrar na cama e subir em mim. Fiquei apenas a olhando e esperando o próximo ato. E de repente ela estava com um vestido vermelho e salto alto. Era estranho, pois ela não usava qualquer tipo de roupa feminina. Fernanda era o tipo que as pessoas chamavam de “boyzinho”. Mas o fato dela usar um vestido não interrompeu nada. Apenas melhorou quando o vestido subiu revelando as suas coxas grossas, e eu não demorei a aperta-las. Logo ela saiu de cima de mim e começou a fazer um striper. Dançava para mim, e pude ver que estava sem calcinha, quando se abaixou e me olhou sorrindo.
Acordei com certa excitação e não demorei até contar o meu sonho para ela, que me respondia com uma gota de prazer. Não contei tudo de início, já que tinha vergonha, mas ela sempre ficara insistindo para terminar a narrativa.

Flor De GirassolOnde histórias criam vida. Descubra agora