Hellraiser - Aceite a escuridão ou lute contra ela

Capítulo I

    Malibu parecia muito mais convidativa do que da última vez que visitei. As águas agitadas e escuras refletindo o anoitecer se chocando contra a fina areia da praia me chamava para um mergulho, talvez até umas ondas. Mas infelizmente não foi para desfrutar dessa cidade que vim.

    –Chegamos, senhorita Sakura.

    –Obrigada por me trazer aqui Kakashi, espere por mim na rua de trás, sem dar sinais por favor.

    –Tome muito cuidado, ele é um capanga muito inteligente... – olhei pela janela, a fachada do bar em que paramos piscava em vermelho e azul, um estilo rústico, bonito, de certa forma até refinado, mas discreto, típico lugar de pessoas ricas que fogem de holofotes.

    –Se Josh fosse inteligente – interrompi Kakashi – não havia me traído, e pior, me roubado. Ele vai pagar. – saí do carro antes de receber a resposta. Meus saltos scarpin preto se chocaram com o chão, ajustei meu vestido longo preto e minhas luvas também pretas, eu estava disfarçada, ser a Sakura agora era a última coisa que eu podia parecer, não posso deixar nem mesmo digitais, por isso escolhi uma peruca de cabelos longos e pretos, um batom vermelho e óculos escuros, embora a noite, causam um ar de mistério.

    Entrei no bar e não demorei a avistar Josh, junto de Benny, no fim do bar, perto da porta de saída dos fundos.

    Assim que meus informantes me contaram sobre a traição, pedi para Benny o convidar para um happy hour nesse bar, e depois de bêbado, eu queria o ouvir confessar, e bêbados são sinceros. Fora que esse lugar é muito discreto para meus planos, quase perfeito.

    Me sentei no balcão, o último lugar, perto da mesa dos meus capangas, tirei os óculos e o barman veio até mim.

    –O que a moça vai querer?

    –Talvez uma companhia? Eu adoraria fazê-la. – encostou um cara loiro, e me mantive olhando para frente.

    –Uma dose dupla de Whisky puro. O melhor que tiver. É a única coisa que eu quero, se me der licença. – o barman saiu para pegar o whisky e o loiro continuou ali. Que saco.

    –Ao menos me diz seu nome?

    –Não.

    –Qual é cara? O quê você tá fazendo? Ela já disse pra você vazar. – disse um cara alto, de cabelos mais negros que os da minha peruca e olhos igualmente escuros, parecem serem amigos, tentando puxar o loiro para longe, mas este não saía.

    –Eu saio, mas ao menos me diz seu nome. – surfistas de Malibu são chatos demais, eu amo a Califórnia, mas isso é irritante, e bêbados são bem piores.

    –Natasha.

    –Prazer, Natasha. – disse o loiro saindo de perto com um sorriso no rosto e voltando para sua mesa, onde tinha mais 2 homens.

    –Aposta?

    –Pode acreditar, eu odeio isso tanto quanto você. Desculpa meu amigo, ele bebeu demais.

    –Tudo bem. – o moreno balançou a cabeça em sinal de cumprimento e saiu assim que falei. Discreto, charmoso, pena que jamais me verá novamente.

    –Cara, você está me dizendo que trabalha para o Sasori? A Haruno vai te matar!

    –Cala boca Benny, por isso ela não pode saber.

    Ouvi meu alvo e meu espião elevarem o tom de voz. Infeliz, já é um homem morto desde o momento em que tramou com meu rival.

    Depois da confirmação que eu precisava, tomei mais uma dose de whisky enquanto aguardava o momento certo. Passou-se meia hora até que Josh saiu pela porta dos fundos para fumar. A porta dava em um beco sem movimento e muito escuro.