Capítulo VIII

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    –Kakashi, você chega pela manhã?

    –Com certeza. Yamato irá comigo, Asuma vai ficar para tomar conta.

    –Ótimo. Eu recebi uma proposta nos portos de Galiza, esquece a Colômbia, vamos pegar a Europa, Kakashi! – falei empolgada.

    –Isso é ótimo, mas eu senti que tem mais coisa.

    –É, eu preciso dos portos de St John's, em Terra Nova e Labrador, bem ao nordeste do Canadá.

    –Posso conseguir o contato de quem manda lá.

    –Andei sondando as fontes e não corre tráfico por aqueles lados, o Canadá é muito mais puro do que estamos acostumados, mas eu preciso de uma fachada.

    –Entendi, acho que teremos um hotel por lá, então.
 
    –Você me entende tão bem, Kakashi. – dei uma risada leve, acendendo o meu cigarro. – O que acha que Sasori quer conversar?

    –Meu palpite? Ele quer o domínio total de Seattle.

    –Mas nem fodendo. Aquilo é a raiz da Haruno's, meu pai morreu por aquele inferno e será meu até quando eu morrer, e depois disso continuarão sendo da minha família.

    –Tenho certeza que sim, mas vá preparada para uma oferta dessas, talvez ficar com o Canadá nós traga lucros maiores e menos dor de cabeça.

    –Pode até ser, mas isso quer dizer que Sasori ganha e meu pai morreu em vão. Washington é minha também, quer ele goste ou não.

    –E a Califórnia, Quebec, Ontário e agora Galiza, na Espanha.

    –Não da Colúmbia Britânica, Vancouver é minha por direito, e em breve St John's também.

    –Seu poderio está quase todo no Canadá, Sakura. Pense bem nisso, a segurança de Moegi e até mesmo a sua, chega de sangue nas mãos. Mas faça o que fizer, estarei sempre aqui disposto a morrer por você.

    –Obrigada, Kakashi. Boa viagem e até amanhã. – ele desligou. Terminei meu cigarro e fui até o quarto da princesinha, agora de 5 anos, como ela mesma diz, agora é uma princesa com meia década de vida.

    Ela dormia serenamente, como na noite em que foi sequestrada e quase explodida por aquele psicopata doente. Há mais ou menos quatro meses e meio não tenho que me preocupar se ela está segura, se está bem, se ninguém tentou mata-la ainda, e é só isso que eu queria para minha vida inteira.

    Mas não é isso que eu escolhi pra minha vida. Eu escolhi o perigo, o sangue, para então a vingança. Eu trilho meu destino por onde quero que ele vá, e mesmo que as paradas as vezes sejam inesperadas, eu ainda estou no controle. Dei um beijo em sua testa já decidida a tomar uma decisão difícil: abdicar da minha atual paz. Nem que eu tenha que voltar à Washington, à Seattle, e entregue Moegi para minha tia.

    Gi sempre será minha sobrinha, afilhada e quase filha, mas isso toda essa merda vem muito antes de ela nascer, e tem que acabar antes de se tornar uma adolescente. Quero estar por perto quando tiver o primeiro namorado, ou a primeira briga com a melhor amiga.

    Saí do quarto e decidi ir dormir um pouco, amanhã seria um dia longo demais.

    –Titia, titia, acooooorda. – Gi estava em cima de mim, me balançando.

    –Hm?

    –Levanta, a vovó tá te ligando. – e me entregou o telefone.

    –Mãe? – falei pegando-o de suas mãozinhas.

Hellraiser - Aceite a escuridão ou lute contra elaOnde histórias criam vida. Descubra agora