Capítulo XII

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    –Você nasceu pra ser uma rainha, Sakura, e não uma qualquer!

    –Mas eu não quero machucar ninguém, papai.

    –No mundo em que vivemos, ou você aprende a se defender e atacar, ou morre. Você terá que governar esse império, e verá que machucar pessoas é consequência.

    O olhei com admiração e medo ao mesmo tempo, seu telefone tocou e ele atendeu, depois saiu puto de carro, sozinho, sem nenhum homem de confiança. Horas se passaram até o telefone de casa começar a tocar, eu corri para atender.

     –Residência dos Haruno.

     –Senhora Mebuki? É do departamento de polícia de Seattle.

     –Sim, é ela. Aconteceu alguma coisa? - menti.

     –Senhora, a poucas horas foi denunciado um tiroteio na á:rea portuária, a polícia foi acionada mas quando chegamos não havia nada além de uma vítima. O corpo do senhor Kizashi Haruno foi encontrado com tiros no peito e um na cabeça, evidenciando uma execução.

     As lágrimas rolavam intensamente, eu já não conseguia falar, nem respirar. Minha mãe me vendo naquele estado pegou o telefone de minha mão e logo entrou no mesmo transe. Não podia ser verdade. Kurenai me abraçou, me afagou em seus braços e perguntou o que havia acontecido.

     –Ele morreu... Ele morreu. - e acordei, assustada e chorando.

    Um pesadelo. O dia que eu me tornei isso, uma mulher que é capaz de passar pro cima de qualquer um para ter o que quer: Sasori morto e o legado de meu pai ascender.

     –Será que tenho feito certo? Me tornei tudo que o senhor quis, papai, mas não sei se é isso que eu quero ser.

     Enxuguei o rosto com as costas das mãos e olhei o relógio, 03:49 da madrugada, não sei se ainda consigo dormir. Peguei um cigarro e fui para a varanda, antes de conseguir acender, Gi entrou no meu quarto.

     –Sakura, tia Sakura, eu tive um pesadelo.

     –Você também, minha princesa? - entrei pra dentro do quarto novamente, larguei o cigarro na penteadeira e sentei na cama, puxando a pequena pro meu colo. - Como foi seu pesadelo?

     –A mamãe estava lá, e papai batia nela, como antes. Eu sinto muita falta da mamãe, mais do que meu coração aguenta, mas agora vivo mais tranquila, agora ela não sofre mais, e nem eu tia. É errado se sentir assim?

     –Ah minha pequena, não é errado de forma alguma. Vem cá, vamos tentar dormir e deixar essas coisas um pouco de lado.

    Abracei Moegi e fiz cafuné até ela dormir. Fiquei ali o resto da noite, observando-a dormir, tão calma, angelical. Minha vida corrompida tirou tudo dessa menina, e ironicamente eu, a causadora de toda essa dor, sou a única pessoa que ela tem. Sinto a necessidade de a proteger.

     Às 8 o despertador tocou, era hora do ballet da minha ruivinha. A acordei, ajudei a se vestir e me arrumei também, deixei a pequena no ballet e segui para o escritório, subindo direto para o andar da minha sala.

     –Bom dia senhorita Sakura, têm dois e-mails para serem checados do senhor Uzumaki, e ele deixou isso aqui ontem, pouco depois de a senhorita sair. – ela me entregou um buquê de flores brancas e um envelope vermelho com um brasão. Respirei fundo e peguei.

    –Obrigada. Preciso que chame Tenten na minha sala daqui a uma hora. Temos compromissos importantes?

    –A senhora Ino quer vê-la, ela marcou uma reunião quinta-feira às 14 horas com um proprietário de restaurante em Ottawa. – olhei no celular, hoje já é terça, droga.

Hellraiser - Aceite a escuridão ou lute contra elaOnde histórias criam vida. Descubra agora