Capítulo VII

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    –O que é importante o bastante para me tirar do aniversário da Moegi? – falei brusca, me sentando de frente para o loiro em uma mesa reservada.

    –Me desculpa, mas essa situação é complicada não só para você. – ele deu um sorriso amarelo e coçou a cabeça. –Hmmm, por onde começar?

    –Essa empresa filiada ao Sasori está mesmo se fixando aqui?

    –Sim.

    –Puta que pariu, Naruto. Isso coloca meus amigos e minha menina em risco.

    –Eu sei, Sakura. Mas eles estão sendo apoiados por alguma empresa grande, mas não consigo saber quem é que está por trás.

    –Como foi feito com a Haruno's?

    –Basicamente.

    –Eu saí de Seattle por um motivo: não podia colocar a vida de mais ninguém em risco, mas essa porra me persegue, é meu carma. – disse furiosa, batendo na mesa. –Quando eu tiver a oportunidade de matar Sasori, será de forma torturante, muito pior do que... – e eu me calei de repente. Não devia falar disso.

    –Do que...? Qual é Sakura, eu sei do Cartel de Seattle, do seu casinho com meu sócio e do paradeiro dos pais da Moegi. Acho que somos amigos, né?

    –Sasori foi quem matou meu pai. – ele arregalou os olhos. O assassinato de Kizashi foi a maior notícia dos Estados Unidos e do Canadá, foi sujo, cruel demais até mesmo para os maiores gangsters. –Ele desmembrou meu pai como um animal a ser servido, deixou um aviso de que os negócios Haruno acabavam ali, caso contrário, quem assumisse teria o mesmo fim, e desde então minha vida tem sido um inferno. – o ódio brilhava em meus olhos, eu podia sentir, era quase espesso. Naruto me encarava embasbacado, quase não acreditando no que ouvia.

    –Sakura... Mesmo que consigam se instalar aqui, daremos um jeito de acabar com os negócios e fazê-los voltar de onde vieram. Quem sabe aqui esse cara fique mais vulnerável.

    –Aqui? Mas ele mora nos Estados Unidos.

    –Foi por isso que te chamei aqui... Tenho a informação que o próprio Sasori virá inspecionar as operações no início, na fase de instalação.

    Fechei os olhos e contei até cinco. O que eu faço? É claro que hora ou outra ele viria atrás de mim, todo ano eu tiro dele muitas posses, muitos pontos de tráfico e até mesmo laboratórios, fiz seus rendimentos caírem muito, o que ele mais quer é sentir minha vida em suas mãos e acabar ele mesmo com ela. E é recíproco.

    –Ele não pode conseguir comprar nenhum restaurante na cidade, nem nos arredores. Construir um é fora de mão para os planos dele, e sem um restaurante da rede dele na região, ele não consegue velar o tráfico. É isso que devemos fazer, sabotar as negociações de compra de restaurantes.

    –Sakura, você é brilhante. Mas como faremos isso?

    –Com contra ofertas, simplesmente. Vou usar o nome da Hellraiser, minha influência e sua ajuda aqui. Eles não terão chance, nem mesmo a ajuda de um Uchiha os salvaria dessa.

    –Falando em Uchiha, Sakura... – lá vem. –Hoje eu descobri nas coisas do Sasuke que ele não parou de te procurar, nem mesmo depois de eu dar noticias falsas de que estava casada e morando na Europa. Ele está chegando muito perto.

    –Mas ele está noivo!

    –É arranjado. Karin não é nem uma Uzumaki legítima.

    –Ele não pode chegar, um problema de cada vez, caralho.

    –Eu vou fazer o possível, mas fica atenta, Sasuke é inteligente, e ele mudou um pouco desde que se esbarraram, a empresa o deixou mais... – ele pareceu pensar na palavra certa. – Mais Sakura, se assim posso comparar. Ele está mais frio, menos risadinhas, você me entendeu.

    –Acho que sim. De qualquer forma, vamos focar no Sasori e essa nova empresa. Sasuke é secundário. – disse sem muito entusiasmo, esse noivado, arranjado ou não, está nas revistas de todo canto, e me atingi, querendo ou não, apagou o início de sentimento que eu tinha por ele.

    –Ele não pensa assim de você, Sakura. Na verdade ele estava obcecado em te achar.

    –Já basta. Quando tiver novidades sobre a nova empresa, entre em contato. Enquanto isso, é só.

    Meu telefone começou a tocar, número desconhecido.

    –A quanto tempo não recebo suas ligações calorosas, Sasori. – Naruto me olhou atento a cada palavra. Olhei em volta e visualizei uma sala de reuniões, levantei, fiz sinal para Naruto que logo me acompanhou, avisando os garsons para não incomodar. Entramos e trancamos a porta, me permitindo colocar a chamada no vivo a voz.

    –Senti sua falta também, querida. Mas meus negócios no Canadá preferem você em Seattle, quietinha.

    –Gostou do meu presente em Ottawa?

    –Pode ter certeza que foi muito bem entendido.

    –Já que entendeu que é para deixar minha família em paz, por que está me ligando?

    –Sabe, cerejeira, senti tanta saudade que resolvi fazer minhas pesquisas. Adorei a nova sede administrativa da sua empresa, mas me senti traído. Toronto não tem a beleza de Seattle.

    –Onde quer chegar?

    –Eu tenho um acordo a propor. Amanhã, jante comigo e meus investidores e vamos discutir sobre, pela primeira vez como pessoas civilizadas, sem sangue no diálogo.

    Olhei para Naruto e ele acenava e mexia a boca dizendo para eu aceitar.

    –Eu aceito jantar com vocês, porém, sem jogos, Sasori. – ouvi sua risada nasal.

    –Você é inteligente, querida, mas dessa vez sem truques. Aguardarei você e seus seguranças.

    –Irei com um investidor também. Até amanhã Sasori. – e desliguei olhando para Naruto, que já coçava a cabeça nervoso e balançava a cabeça negativamente. – Por favorzinho?

    –Sakura, o Sasuke vai me matar. O mínimo que ele pode fazer é separar as empresas.

    –E isso seria ruim, Naruto? – ele ficou calado e pareceu pensar.

    –Nós só nos juntamos porque somos muito amigos, sabe, mas não foi bom pra mim, de certa forma eu perdi a autonomia de investir e produzir o que eu quiser.

    –Pense nisso como uma oportunidade, não pense muito nas consequências e permaneça comigo, ao meu lado, Narutinho. – falei sorrindo e ele sorriu de volta.

    –Me convenceu. Vai levar seus seguranças?

    –Kakashi, apenas. Os outros de confiança ficarão com Moegi e minhas amigas, farei uma festa do pijama para que estejam todos juntos. Sasori é sorrateiro e todo cuidado é pouco.

    –Estarei com você, Saky. Posso te chamar assim, né?

    –Apenas meus amigos podem me chamar assim. – ele suspirou e olhou para baixo. – O que quer dizer que tem total permissão de me chamar como quiser, menos de cuzona, tenho problemas com isso.

    –Filha da puta pode?

    –Ah, pode. Mamãe nunca foi santa. – e nós dois rimos.

    Saímos da sala de reuniões, tomamos um vinho e conversamos sobre a possível volta da Uzumaki's, seria um puta up pra mim, e vice e versa.

    Voltei pra casa pensando no jantar de amanhã, no caminho busquei minha pequena, não sei o que vai acontecer e quero estar com ela para não ter que pensar nisso.

   

Hellraiser - Aceite a escuridão ou lute contra elaOnde histórias criam vida. Descubra agora