Sixty- five "N"

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"Batimento cardíaco inexistente"

"Afasta"



"Carrega em 350,vamos Eddie "



"Massagem cardíaca,vamos não podemos perde-lo"






"Hora do óbito,14:30"

O enterro havia sido a uma semana. O luto e a culpa rondavam Demi,ela não comia,não dormia e nem falava,apenas se trancava em seu quarto para não ter que lidar com  o resto do mundo. Parecia egoísta,mas estava afundada demais em sua própria dor. Não conseguia pensar em nada,a não ser que tinha perdido sua pessoa favorita no mundo,seu herói e pai. Em sua frente,em seus braços,e ela nunca se sentiu tão impotente. Todos batiam em sua porta todos os dias,mas ela não tinha força para atende-los,os afastava e voltava a chorar novamente. Irreal,ela sabia que todos estava sofrendo,e se olhasse para a mãe saberia que seria capaz de morrer junto a Eddie,era demais pra ela. Pelo décimo dia,bateram na porta. E ela não se moveu dessa vez,estava imerse e nunca esteve em um estado tão degrante em sua vida,quem a olha-se jamais a reconheceria,estava magra e abatida,apagada.











—Demi,sou eu novamente.- Marissa diz do lado de fora — Eu já não sei mais o que dizer amiga,ninguém consegue te fazer abrir .-o suspiro foi audível — Sei que dói meu anjo,dói para todos aqui.- ela diz cautelosa e Demi fecha os olhos deixando lágrimas caírem — Estou aqui,não esquece.








Marissa se virou e Demi continuou imóvel chorando em silêncio. Teve vezes que quis muito abrir a porta,mas não tinha força o suficiente. Hoje ela sabia que teria uma psicóloga em casa,recebeu por debaixo da porta um bilhete avisando que eram ordens do batalhão.Teria que abrir a porta,e isso já lhe dóia. Virou- se para o lado e pegou um calmante e copo de água,só era possível dormir assim. Depois de fazer o processo de sempre,esperou o sono vim e logo dormiu.





(...)

Algumas batidas a acordaram e ela franziu a testa já esperando um discurso para faze-la abrir.






—Demetria,eu sou Lívia psicóloga enviada pelo batalhão. Estou sozinha,você pode abrir pra mim ? .- Lívia diz calma e olha a porta









Demi do lado de dentro encarava a porta coagida,não queria ver ninguém e nem ter uma obrigação com isso. Não estava se importando em ser mal educada e manda-la embora,mas nem forças para falar tinha.










—Querida,sei que não tem forças e não quer me ver. Mas não vou imcomoda-la,quanto tempo você não come.?- Livia questiona e suspira —Eu trouxe um lanche pra você,é melhor do que quebrarem sua porta para te tirarem dai desnutrida não acha ? .- Demi pensou com a fala








Em passos lentos ela retirou a coberta e desceu da cama,cambaleou um pouco e respirou fundo se segurando na porta,sentia-se fraca e muito cansada. Efeito de uma semana horrível. Destrancou a porta e abriu um pequeno espaço.








—Oh Deus.- Lívia disse surpreendida








Nunca teve um contato direto com Demi,mas sabia muito bem quem a mulher era,por sua fama e trabalho impecável. Sempre que a viu, a via como uma mulher inabalável e extremamente forte. Mas diante dela não tinha nem sombra dessa mulher,tinha alguém completamente destruída. Um pijama velho e cabelos desgrenhado,olheiras profundas e pálpebras inchadas,magra e com os olhos enverdeados apagados. Lívia engoliu todo sentimento de pena e entrou rapidamente fechando a porta atrás de si. Demi deu um passo pra trás e passou uma mão pelo cabelo.









Law Of Love [Dilmer] Onde histórias criam vida. Descubra agora