CHAPTER TWO: TWILIGHT

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ANDREZA

Ao momento em que descemos do palco, corremos em direção aos meninos. Me sinto revigorante! Cantar com Julia é sempre assim. Posso não ter a voz perfeita, mas ela faz com que eu me sinta a melhor cantora. Corro de braços abertos para Carol, esperando que este abraço seja mais sincero. Ela deve estar preocupada com alguma coisa. Não vou perguntar. Se ela quisesse compartilhar, não estaria tentando disfarçar tão desesperadamente.

-- E aí, o que achou?

Por um momento, esqueço que Jonas e Julia também estão aqui.

-- Vocês foram demais! - Carol responde, me abraçando com vontade dessa vez.

Agora sim.

Ou não. Rapidamente ela volta sua atenção para o palco. Malu está falando alguma coisa. Não presto muita atenção. Estou eufórica por causa da performance. Essa foi a primeira vez que cantei para um público tão grande. Isso é incrível.

-- Vocês arrasaram, meninas! - diz Jonas. - Mal posso esperar para as nossas reuniões no musical!

Damos um abraço triplo que me deixa feliz e confortável.

Carol nos cutuca, querendo que prestemos atenção no que os meninos dizem no palco.

-- Com vocês... - Matt e Malu fazem uma pausa dramática. - Vanessa!

Vanessa. É claro. V de Vanessa.

Ela sobe as escadas com delicadeza, seu perfil é simples, porém forte. Ela está vestida como qualquer um de nós, com roupas leves e comuns, mas parece estar dentro de uma roupa de gala, como um desses vestidos que as cantoras usam em premiações lá fora. Ela é deslumbrante. Mas isso não me faz a adorar. Ela é a criadora do grupo de música? Estou pensando em desistir.

-- Surpresa.

Os aplausos e assobios continuam, mais fortes. Claro, Vanessa não aparece por aqui desde o último semestre e é um pouco famosa na Universidade por seus trabalhos voluntários. Estavam com saudades.

Olho para Carol. Ela parece um pouco assustada. Consigo imaginar por que. As duas tiveram um relacionamento conturbado e terminaram de um jeito totalmente estranho. Vanessa desapareceu de um dia para o outro, deixando Carol completamente perdida. Agora ela voltou. E Carol parece incomodada com isso.

-- Carol? - toco o braço dela. - Está tudo bem?

-- Eu... Não. Quero dizer... Sim. - ela parece ter desaprendido a falar. - Se eu estou bem? Sim, claro. Por que não?

Ela novamente tenta esconder como está se sentindo. Eu a conheço bem. Ela não gosta de parecer fraca diante das pessoas. Eu entendo isso.

-- Vamos na cantina comigo? Estou faminta!

Este é um modo de tirá-la daqui. Ela aceita.

Digo para Jonas e Julia que vou sair com Carol. Eles fazem que sim com a cabeça, não prestando muita atenção. A atração do dia está no palco e ninguém quer perder um minuto do show. Bom para eles.

Na cantina, Carol parece se sentir melhor. Compro um lanche para nós duas e sentamos para comer.

-- O que aconteceu lá? - pergunto, tentando fazer com que ela se abra para mim.

-- O que aconteceu? - ela responde, mordendo um pedaço da coxinha. - Do que você está falando, Dê?

-- Por favor, Carol, não seja essa pessoa comigo. Eu te conheço e sei da sua história com a Vanessa. Percebi que você estava um pouco assustada. Está tudo bem?

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