JONAS
SEIS MESES ANTES
Se algum dia me dissessem que eu estaria carregando um corpo dentro do porta-malas de um carro, eu diria que esta pessoa estava fora de suas faculdades mentais. Eu nunca imaginei algo assim.
A cada quebra-molas que eu passava, eu sentia o peso do corpo balançar no fundo do carro.
Que estranho!
Só via isso em filme e jamais pensava que eu, Jonas, faria uma coisa dessas.
Mas tudo para ajudar uma amiga, certo?
Carrie me ligou assustada e ofegante naquela noite, me pegando de surpresa. Eu estava no meio de um sexo gostoso com meu namorado e quase não atendi a chamada. Uma pena que existe esse quase na frase. Mas a insistência foi tão grande que não pude evitar. Ela me pediu para levar um tapete.
Peguei o carro de Davi e fui correndo encontrar minha amiga. Carrie estava quase chorando na ligação, o que me deixou aflito.
-- Como isso aconteceu? – perguntei ao chegar onde ela estava, no meio do nada.
Estava tudo muito escuro, apenas fracas luzes amarelas de postes iluminavam o lugar. Ela estava com as mãos sujas de sangue, segurando um objeto que não enxerguei, a princípio. O corpo estava caído no chão, também ensanguentado.
Minha amiga matara alguém.
Não vi a pessoa e também não quis saber quem era. Eu já estava encrencado demais por estar ajudando, e saber de tudo seria ainda pior.
-- Desculpa, não posso explicar agora. – ela respondeu, voltando à realidade. – Por favor, me ajuda a enrolar. Precisamos deixar isso em algum lugar.
Ai, meu Deus. No que eu me meti?
Enrolamos o corpo no tapete, depois de muito trabalho, e colocamos ele no porta-malas do carro. Entramos e saímos dali para um lugar até então desconhecido. Por mim.
***
ATUALMENTE
Acordo de manhã com a boca amarga. O sonho da noite passada me deixou um pouco receoso. Depois de algum tempo livre, eles voltaram de repente. Me pergunto por que. Achei que aquela história já tinha se encerrado. Afasto meus pensamentos quando olho para o lado e não vejo Davi. Levanto depressa, achando estar atrasado, mas olho no relógio do celular e ainda são 5:20. Ligo o Wi-Fi do celular. Há mil mensagens de grupos, uma de Carrie da noite passada que esqueci de responder, e outra de Davi. Nesta última, enviada minutos atrás, ele diz que saiu para caminhar. Davi não costuma caminhar neste horário, mas não me preocupo com isso. Coloco o celular de volta na mesinha ao lado da cama e volto a dormir por algumas horas.
Acordo novamente. Dessa vez, com Davi beijando meu corpo. Ele está suado, com a roupa manchada de marrom, algo parecido com terra. Ele tira a camisa e me vira de costas, descendo meu short e o jogando no chão. Logo, ele está por cima, beijando minhas costas e lambendo meu pescoço. Reviro os olhos, gostando disso. Viro novamente e ele me beija com força. Seus lábios estão gelados, o que me deixa arrepiado. Depois de alguns amassos na cama, vamos para o banheiro. Enquanto ele se molha no chuveiro, faço meu trabalho com as mãos. Ele não esboça nenhuma reação. Continuo com a boca, de vez em quando olhando para ele, que permanece estático. De repente, Davi me afasta e vejo que ele se satisfez. O quê? Já acabou? E eu?
Davi termina o banho, saindo do banheiro em seguida. Permaneço quieto, tentando encontrar uma explicação para o que acabou de acontecer. Tomo meu banho, agora um pouco triste, esperando que eu consiga melhorar meu humor ao longo do dia.
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Disguised Hearts
FanfictionEra para ser apenas mais um típico semestre na Universidade. Mas a chegada de Vanessa trouxe desconfiança e desenterrou segredos que até então estavam bem guardados. Por que um martelo com manchas vermelhas é tão assustador para estes estudantes? Q...