CHAPTER EIGHT: THE DEVIL WEARS PRADA

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VANESSA

Vocês não sabem o prazer que é estar de volta!

Todos ficaram surpresos com a minha aparição no primeiro dia de aula do semestre. Todos que tentaram me calar. Eu honestamente fui um pouco estúpida por acreditar nas mentiras de Carol, ou na falsa bondade de Andreza, na inocência de Davi, ou nas brincadeiras de Jonas. Mas não, eu não estou aqui para me vingar. Vingança nunca foi a minha intenção. Isso está ultrapassado. A fórmula já foi usada vezes demais e as pessoas já estão cansadas disso. Não procuro vingança. Eu só quero que todos paguem justamente pelo que fizeram comigo - ou, ao menos, tentaram fazer. Quero que aprendam que não é de tal forma que se resolvem as coisas. Todos poderíamos estar conscientes, sem segredos ou mentiras, e sem o sentimento de culpa. Agora eles querem consertar seus atos, mas só estão aumentando a bagunça. Tarde demais.

Depois da fatídica noite em que acharam que eu tinha morrido, consegui me esconder em um lugar distante para me recuperar dos eventos. Honestamente, eu amava todos eles até isso acontecer. Achava que fôssemos amigos! Mas eu estava enganada. Ninguém é amigo de ninguém. Todos só se preocupam consigo mesmos, todos querem estar no topo derrubando as pessoas. A vida é injusta dessa forma. Mas existem os bons. Aqueles que um dia serão recompensados por seus atos.

-- Ei! Você está bem? - ele me perguntou quando me encontrou rastejando pela terra, completamente fraca e suja de sangue.

Eu não consegui responder. Eu precisava de ajuda. Qualquer pessoa que aparecesse ali seria um alívio. E, thank God, ele foi um anjo comigo. Senti que ele me ajudaria, apenas por ouvir a preocupação em sua voz ao me encontrar debilitada. Ele tentou chamar uma ambulância e ligar para a polícia, mas eu o interrompi. Não queria mais nenhum drama. Apenas me recuperar. Então ele me colocou dentro do carro em que estava e me levou dali para um lugar seguro.

Agora estou bem. Recuperada e pronta para o que der e vier. Uma coisa boa aconteceu com isso: estou madura. Vejo as pessoas com outros olhos. Eu cresci. A garotinha inocente de meses atrás deu vez a uma mulher forte e focada. Meus "amigos" não perdem por esperar.

Quando cheguei aqui, na última semana, tudo parecia tranquilo. Até demais. Estava na hora de alguém mexer os pauzinhos para dar uma movimentada nessa rotina monótona da Universidade. Planejei a volta perfeita: reunir todos, em algo que chamasse a atenção deles e que fosse de seu interesse, para colocar as cartas na mesa. E tudo se encaixou perfeitamente.

-- Com vocês... - os veteranos anunciaram no palco, com aquele típico suspense. - Vanessa!

***

Encontrar o martelo não foi uma tarefa difícil. Voltei ao lugar onde tudo aconteceu e bastou observar o chão com calma para achar um montante de terra um pouco mais alto. Assim, eu cavei a areia com as próprias mãos e retirei o objeto que fora usado para me atacar. É claro que eu estava usando luvas. Não sou boba de deixar minhas digitais na arma do crime, embora tenha certeza de que a polícia nunca será envolvida nisso.

O martelo estava manchado de vermelho, meu sangue, e um pouco sujo de terra. Então o limpei com cuidado, peguei meu celular e tirei uma foto. Olhando aquele objeto pequeno porém pesado, me peguei cantarolando a música Bury a Friend, da Billie Eilish. Um filme com tudo o que aconteceu passou por minha cabeça, com flashes de várias cenas. Desde a nossa saída da festa até o momento em que fui atacada com o martelo. Por um breve momento, tive dúvidas entre enterrá-lo novamente ou levá-lo dali. Percebi um caminhão se aproximando e o joguei novamente no buraco, colocando a terra rapidamente. Corri para não ser vista e saí dali com a cabeça ardendo.

***

Matt e Malu estão no palco do auditório organizando as coisas para a reunião de hoje. Depois que Melissa viajou, as reuniões ficaram mais interessantes. Há duas semanas, Malu me intimou a também atuar como monitora ao lado do seu amigo Matt. Houve também uma apresentação emocionante em homenagem ao garoto que fora atacado na praça do Vale Universitário. Aparentemente, ele acha que está escondido. Se ele soubesse que tenho olhos e ouvidos por toda a Universidade, não atuaria tão bem com este personagem tímido e inocente. Pobre Matt. A performance dele para a música da Christina Aguilera fora bastante tocante e digna de um Grammy, devo admitir. Mas a ordem dos fatores não altera o produto. Não é o que dizem?

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