Capítulo 4 - Então Eu Disse Tudo Sem Realmente Pensar No Assunto

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Incontáveis horas se passaram naquela sala de espera. Jongdae tinha voltado e Kyungsoo continuava andando sem rumo, então eu disse tudo sem realmente pensar no assunto. Tentei distraí—lo, brincar, mas tudo o que recebi foi um grito, dele, mandando eu me calar. Era agonizante vê—lo sofrer tanto. Jongdae também não parecia bem e quando perguntei de onde ele conhecia o amigo de Kyungsoo, o mesmo apenas disse que o adolescente tinha sido um anjo em sua vida quando mais precisou. Claro que fiquei intrigado, mas se meu assistente quisesse revelar mais, teria dito de primeira e por isso resolvi não mais questionar.

Eu me sentia estranho no meio de ambos, porque eu não conhecia esse tal de Min e de certa forma não sofria nem metade do que Kyungsoo e Jongdae estavam sofrendo. Eu só não ia embora, porque não queria deixar Kyungsoo sozinho naquele momento e também porque — de certa forma — eu sentia que ele poderia desabar se não tivesse alguém para se apoiar. Decidi então me afastar dos dois e ir procurar por informações. Mal precisei dar dois passos e o médico adentrou a sala.

— Sr. Kim Jongdae? — o médico chamou.

— Eu! — meu assistente levantou de onde estava em um pulo, enquanto Kyungsoo vinha correndo para mais perto.

— Terminamos a cirurgia e ela foi um sucesso. — ele anunciou e eu soltei a respiração que nem ao menos notei prender. — O paciente está dormindo no momento e não pode receber visitas, então podem ir para casa, descansar e amanhã venham vê—lo no horário de visita.

— Obrigado. — agradeci enquanto o médico se afastava. — Vocês vão ficar?

— Eu vou. — Jongdae respondeu de prontidão e vi Kyungsoo fitar o chão, enquanto mordia o lábio inferior.

— Kyungsoo? — chamei e o vi levantar o rosto para me olhar.

— Eu não sei o que fazer... — ele murmurou e se eu não estivesse perto, não teria ouvido.

— É sobre a sua vizinha? — deduzi e o vi concordar. — Ela está se sentindo mal?

— Ela nunca está bem. — ele resmungou. — Ela já tem 70 anos e tosse muito...

— Eu te levo para casa. Jongdae vai ficar aqui e qualquer coisa, ele me liga. — falei tentando acalmá—lo, mas percebi que eu apenas ascendi algo dentro dele.

— Quem é você? Por que está fazendo tudo isso pelo Min? — Kyungsoo questionou Jongdae, que arregalou os olhos diante o modo como ele agiu.

— Eu sou alguém próximo...

— Não quero respostas vagas! Diga quem é, como sabe tanta coisa do Min e qual a razão que eu não sei nada. — ele insistiu.

— Kyungsoo... — tentei chamá—lo, mas ele me fuzilou com os olhos.

— Responda! — Kyungsoo mandou.

— É complicado... — Jongdae suspirou pesadamente. — Há 3 anos, quando tive que trancar a faculdade, acabei indo para um bar e bebendo muito para esquecer um pouco a realidade. Eu me perdi tentando voltar para casa e acabei parando em um bairro da pesada. Fui assaltado e ainda bateram muito em mim. Acredito que eu poderia morrer facilmente de frio naquele beco, se o Min não tivesse aparecido. Ele era um menino de 16 anos e pareceu um anjo. Me ajudou a levantar e me levou para sua casa. Eu estava bêbado e atordoado demais para pensar em qualquer coisa. Quando acordei no dia seguinte, eu tinha curativos pelo corpo e ele me explicou o que aconteceu. — ele deu uma pausa para suspirar nostalgicamente. — Ele me contou sua história, falou que morava sozinho naquele quartinho para poder se ver livre dos pais. Eu me senti muito agradecido por sua ajuda e desde então continuamos mantendo contato.

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