Capítulo 7 - Eu Deveria Ter Sido Mais Cuidadoso, Não Consigo Respirar

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Eu deveria ter sido mais cuidadoso, deveria ter recuado, assim não me machucaria. Qual a razão disso tudo? O estado de vida em que eu me encontrava atualmente. Depois de ter perdido a vizinha, se embebedado e parado na delegacia, Kyungsoo passou a morar comigo. Eu cuidava de si e impedia que ele cedesse a qualquer sentimento depressivo. Tínhamos ficado próximos demais, próximos ao ponto de apenas um olhar transmitir tudo o que queríamos dizer para o outro. Um mês tinha se passado desde que sua vizinha morreu. Ele estava conseguindo dormir com tranquilidade, agora comprava mais roupinhas para usar com o dinheiro que ele recebia como estagiário na minha empresa e sinceramente o que mais tinha acontecido durante o tempo em que morávamos juntos era tê—lo perturbando toda a minha sanidade.

Uma vez eu tinha ido buscá—lo no colégio e o encontrei conversando com um garoto. O estranho parecia tentar ficar íntimo demais e senti algo perturbando todo o meu ser. Kyungsoo o afastou com brutalidade e um sorrisinho se apossou do meu rosto. Perguntei ao adolescente o que aquele garoto queria com ele e o mesmo me disse que estava tentando arrumar um encontro, porque quando tinha se aventurado a beber, os dois tinham ficado. Aquilo me fez ficar com um mau—humor terrível durante o dia inteiro.

Alguns outros episódios de estranhos se aproximando de Kyungsoo tinham acontecido. Os velhos sócios de meu pai costumavam muito monopolizar Kyungsoo. Alguns faziam com a intenção de maltratar, porque o pequeno era um adolescente e estagiário, enquanto outros tinham intenções maliciosas com o mesmo. Eu sempre era grosseiro com esse tipo de pessoa e recebia uma bronca do meu pai. Foi em uma dessas broncas, que toda minha estrutura se desabou.

—Flashback on—

— Jongin, você não pode ficar destratando meus sócios por culpa daquele adolescente! — meu pai gritava comigo. Era mais uma das inúmeras discussões que tínhamos desde que ele estava me monitorando no Japão.

— E POR QUE NÃO?! Kyungsoo é um adolescente e não um garoto de programa ou escravo! Seus sócios não podem simplesmente quererem abusar dele! — retruquei alterado.

— Você age assim porque gosta daquele imundo! Pensa que eu não sei que estão morando juntos?! Eu estou fazendo vista grossa, Jongin, mas não vou tolerar que você destrate meus sócios. — meu pai falou e eu fiquei confuso.

— Não estou entendendo seu ponto de vista. — declarei sem me rebaixar.

— Pensa que eu não sei? Você sente ciúmes daquele moleque o tempo todo e fica sentido quando alguém tenta fazê—lo de empregado, porque você não quer ver seu casinho servindo a mais ninguém que você. — meu pai cuspiu as palavras e eu arregalei os olhos.

— Você está insinuando que Kyungsoo e eu temos um relacionamento? — questionei e o vi arquear a sobrancelha como se dissesse: "Demorou a entender hein?" — Ficou maluco?! Ele é só uma criança que eu estou ajudando...

— AJUDANDO MINHA BUNDA, SEU INÚTIL! — meu pai me interrompeu e eu congelei. — Eu não vou me meter nos seus relacionamentos, desde que você não os faça interferir na imagem da nossa família. Se eu te ver destratando qualquer outra pessoa por culpa do seu casinho, eu o demitirei e você irá embora para a Coréia sem mais nem menos! Eu não vou hesitar em dar um fim ao mundo maravilha que você pensa estar vivendo. — ele avisou e saiu da minha sala como um furacão.

Eu fiquei completamente paralisado. Eu gostava de Kyungsoo? Todos os incômodos que eu sentia por ele eram ciúmes? E como se o diabo quisesse me atentar, o motivo da minha confusão interna entrou no meu escritório completamente preocupado.

— Jongin, você está bem? Não vai chorar né? Seu pai... — e ele começou a discursar sobre eu permanecer forte. Eu quase o interrompi para perguntar se o mesmo tinha ouvido toda a discussão, mas em meio ao seu monólogo, ele disse que estava vindo me entregar uns papéis quando viu meu pai saindo da minha sala e foi fuzilado pelo olhar.

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