Capítulo 10 - Não Posso Nem Dizer Que Te Esperei, Porque Apaguei

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O beijo que trocávamos era calmo, amoroso e eu esperava estar conseguindo transmitir tudo o que eu sentia por ele. O corpo de Kyungsoo se encaixava tão bem em meus braços, que eu sentia como se fôssemos destinados a ser um do outro desde o começo. Eu não queria soltá—lo, porque tinha medo de que ele fugisse ou que tudo fosse um sonho. Infelizmente não consegui manter o beijo por mais tempo, o ar era necessário.

Afastamos nossos lábios e eu sinceramente tinha medo de abrir os olhos e encontrar algo que pudesse me machucar. O senti encostar a testa na minha e não sabia se ficava feliz ou preocupado. Dentro de mim era uma confusão de sentimentos que impediam o meu raciocínio de fazer sentido. E no meio dessa confusão interna, acabei decidindo por abrir os olhos e encarar a realidade, dura ou bela, de uma vez por todas.

Meu coração parou e depois voltou a bater descompassado. Kyungsoo tinha o rosto bem próximo do meu, respirava de forma ofegante e seus olhos me fitavam. Existia um sentimento intenso demais naquele olhar e por mais que eu me repreendesse, eu só conseguia traduzi—lo como um amor intenso. Fora ele quem me beijara e se declarara pela primeira vez, então, talvez não fosse errado deixar que meu ego ganhasse meu conflito interno e me fizesse acreditar que ele era tão apaixonado por mim, quanto eu era por ele, certo?

— Você realmente... me ama? — ele sussurrou tão baixinho, que se não fosse por nossa proximidade, eu poderia não escutar.

— Desculpe ter desenvolvido esse tipo de sentimento... Não era minha intenção ficar apaixonado pelo garoto que eu apenas queria ajudar. Por favor, não pense que era minha intenção desde o começo. — pedi. Nosso tom de voz não era alto, porque nossas testas ainda estavam coladas, eu curvado, ele em meus braços e na ponta dos pés.

— Isso parece tão surreal. Eu sou uma criança comparada a você... Como pode ter desenvolvido esse tipo de sentimento por mim? — ele questionou e eu tratei de apertar o braço em sua cintura.

— Não se desmereça, Soo. Amor, paixão, esses sentimentos não têm idade ou gênero. É hipócrita da minha parte dizer isso, quando na verdade eu mesmo me vi tão preso a diferença de idade que possuímos, mas... Entenda que eu não me importo com isso, a única coisa que me fez ficar preso a este fato é: eu fui o homem mais velho que acolheu um colegial. Você poderia enxergar isso como uma forma de te obrigar a ter algo comigo e eu nunca quis te forçar a nada. Eu me apaixonei pelo seu jeito determinado, pelo seu sorriso de coração, pelo seu humor sarcástico e pelo seu coração puro. Eu não me apaixonei por sua idade, por sua pobreza ou riqueza, eu me apaixonei pelo Do Kyungsoo. Eu me vi caindo de amores pelo menino que me dá apoio, que me anima e que me permitiu ser a resposta dele. — declarei e vi seus olhinhos marejados de novo. — Eu estou uma confusão só de sentimentos dentro de mim, por isso, a única coisa que te peço é: Diga que isso não é um sonho e que eu ouvi bem. Diga—me que eu não estou sendo iludido ao pensar que você gosta de mim também.

— Isso não é um sonho, Nini. — ele sussurrou e creio que meu sorriso foi enorme. Ele nunca me chamou daquela forma, mas soava tão bem em sua voz. Senti sua mão tocar meu rosto e fechei os olhos para apreciar o toque. — Eu realmente gosto de você, estou apaixonado por você. Sinceramente, eu acho que te amo também. Eu nunca fui de ser romântico, amoroso e carinhoso, mas você me mudou. Eu me vi apaixonado pelo garotinho amedrontado que existe dentro de você, me vi apaixonado por esse mesmo garotinho determinado em me proteger. Eu nunca pensaria que fez o que fez para abusar de mim, porque eu sempre consegui sentir que tudo o que você mais queria era me ver feliz. Céus, isso não é um sonho, Nini! Não é um sonho! — ele terminou de falar e vi seu sorriso. O sorriso mais lindo do mundo ao meu ver.

Não consegui me conter e me inclinei mais para poder tocar nossas bocas. Ele retribuiu e ainda colocou sua outra mão na minha bochecha. Eu me sentia completamente feliz, extasiado. Eu faria de tudo para mantê—lo em meus braços e protegê—lo da vida cruel que ele fora obrigado a enfrentar desde tão cedo. Não esperei o ar se fazer necessário para começar a dar fim ao nosso ósculo. Eu fui terminando nosso ato com breves selares e consegui ouvir uma risadinha gostosa vindo dele. Sorri mais ainda.

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