Capítulo 4

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BRENO

Quando a Paulinha me chamou pra passar um tempo em Sampa com ela eu aceitei de primeira, mas depois parei pra pensar e vi que talvez a minha mãe não fosse gostar muito da ideia. Sai do quarto pra pegar uma água e encontrei a Dona Maria Olivia ainda na sala vendo TV.

Breno: - Ué mãe, ainda ta acordada?

MO: - To sem sono...

Será que esse seria um bom momento pra falar da "mudança"? Sentei no sofá do lado dela.

Breno: - Então mãe... cê sabe que a Paulinha alugou um apê em Sampa ne?

MO: - Claro que sei, meu filho, ela até me mandou uma fotos de lá... muito bom o apartamento.

Minha mãe e a Paula eram quase melhores amigas, ficavam conversando o tempo todo e quando a loirão estava aqui em casa elas até saiam juntas pelo bairro.

Breno: - Verdade, o apê é bem massa mesmo... eu to indo pra lá sexta, ia passar só uns dias mas ela sugeriu que eu ficasse mais tempo.

MO: - Mais tempo quanto?

Até esse momento minha mãe tava conversando comigo e olhando pra TV.

Breno: - Ela me convidou pra morar lá com ela

Parece que eu tinha falado o maior absurdo do mundo, ela me olhou com uma cara que pelo amor de Deus.

MO: - Como é que é, Breno? Morar lá? O que você respondeu?

Breno: - Ah mãe, eu disse que ia...

MO: - Ah é? Quer dizer que ta faltando alguma coisa pra você aqui?

Breno: - Claro que não, mãe! Acontece que São Paulo é o centro das oportunidades, lá eu to mais perto de tudo, tanto em questão de publicidade quanto da arquitetura mesmo. E eu ainda vou ficar perto da loirão!

MO: - Claro que essa parte final falou mais alto, agora a loirão vem em primeiro lugar sempre...

Breno: - Ei, vamo parar de ciume Dona Maria Olívia! Você sabe o quanto a Paula faz bem pra mim e o quanto eu melhorei até como filho depois que a gente se conheceu. Eu não vou abandonar você e a Bruna, quando vocês menos esperarem eu vou estar aqui... mas eu preciso aproveitar as oportunidades, agora é a hora.

MO: - Você já ficou um tempão longe quando tava no programa e agora já vai embora de novo, não é fácil pra mim...

Breno: - Eu imagino que não seja mesmo, mas eu prometo estar sempre por aqui.

MO: - Você já decidiu ne? Então não tem jeito! Que Deus abençoe você e a Paulinha, apesar do meu ciúme de mãe que nunca viu o filho tão apaixonado assim, eu gosto demais daquela menina e sei que ela vai cuidar bem do meu bebê.

Ela me abraçou e eu respirei aliviado, o maior problema tinha sido resolvido.

Breno: - Ela cuida muito bem de mim e você não precisa ficar com ciúme.

MO: - Só uma pergunta: foi por isso que você decidiu vender o carro?

Breno: - Cê pira que foi coincidência, mãe? Eu quis vender porque ele tava muito tempo parado por eu quase não parar em casa, mas foi o momento certinho.

MO: - Pois é, foi mesmo. Coisa de Deus!

Breno: - Ta vendo? Se veio Dele, ta tudo certo. Vou deitar, boa noite mãe.

MO: - Boa noite meu filho, dorme com Deus.

Que alívio essa conversa com a minha mãe, se ela não aceitasse seria muito mais difícil pra mim ir embora. A Bruna eu sei que me apoiaria em tudo, mas ela poderia me fazer desistir, ai a Paulinha que ia ficar brava e eu nem quero pensar nisso.
Graças a Deus tudo terminou em paz e agora é só arrumar as malas e partiu Sampa.

Estava escritoOnde histórias criam vida. Descubra agora