Capítulo 17

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Alguns meses depois...

PAULA

Sai de São Paulo no sábado as 06:50 da manhã, tava caindo de sono e com um enjoo insuportável, nem consegui comer nada em casa. Estava bem preocupada com isso de acordar enjoada todo dia, minha menstruação estava uns 3 dias atrasada, mas eu não podia estar grávida, devia ser a correria louca que estava a minha vida.
Cheguei no Rio sendo maravilhosamente recepcionada como sempre, as meninas eram uns amores e esse contato com elas recarregava minhas energias.

O trabalho começou assim que eu cheguei e se estendeu durante todo o dia, teve foto, entrevista, gravação... só paramos pra almoçar, eu tava morrendo de fome e o enjoo tinha ido embora do jeito que chegou: do nada. Aproveitei pra falar com o Breno, ver se ele já tinha almoçado e perguntar da Laila, algumas horas longe de casa e eu já tava morrendo de saudade dos meus amores.

Breno: - Ooi mor

Paula: - Ooi amor, ta tudo bem ai em casa?

Breno: - Ta sim linda, eu acabei de almoçar e a Laila ta ali brincando com a bolinha dela. E ai, como ta o trabalho?

Paula: - Ta puxado mor, mas super produtivo, paramos pra almoçar também, já já o diretor chama de novo.

Breno: - Amanhã cê chega só a noite mesmo?

Paula: - Só! Devo estar em casa umas 20:30 mais ou menos.

Breno: - Ta bom então, a gente vai sobreviver... ne Laila?

Paula: - kkkkk Oown Deus, eu num guento você não, amor, já to morrendo de saudade também. Agora deixa eu ir, tão me chamando aqui, te amo.

Breno: - Vai mor, arrebenta ai. Também te amo.

Fui liberada pelo diretor as 22:00, tava destruida, tudo que eu queria era um banho e uma cama.
No caminho pro hotel o enjoo voltou forte, por muito pouco não vomitei no Uber.
Pedi pro moço parar numa farmácia pra eu comprar algum remédio e um teste de gravidez, já tava encanada demais com essa história de enjoo, precisava ver o "negativo" pra acalmar meu coração.
Eu não tomava nenhum anticoncepcional porque me fazia mal, mas eu e o Breno sempre nos cuidamos, não tinha chance de eu estar grávida.

Enfim cheguei no hotel e antes de qualquer coisa fui fazer o bendito xixi pro teste, não tava me aguentando de nervoso.
A embalagem pedia que o palitinho do teste ficasse 5 minutos em contato com o xixi pra o resultado aparecer, pareceu uma eternidade. Quando finalmente deu o tempo e eu tirei, quase cai pra trás: estavam lá, dois tracinhos bem fortes.
"Meu pai do céu, e agora?" foi só o que eu consegui pensar.

Eu queria ligar pro Breno, pra minha mãe, pra alguma amiga, mas aquele não era o melhor momento, no dia seguinte eu faria outro teste pra confirmar, mesmo sabendo que não tinha como estar errado.

Depois de um banho quente e algumas lágrimas eu deitei pra tentar dormir. Tinha ligado pro Breno quando sai do trabalho e avisado que ia dormir assim que chegasse no hotel, ainda bem porque se eu ouvisse a voz dele ia começar a chorar de novo e ele ficaria preocupado.

Meu Deus, um filho. Logo agora!
Ser mãe sempre foi um sonho meu e era um assunto bem falado em casa entre eu e o Breno, mas nos nossos planos ainda ia demorar um bom tempo. Ele tinha acabado de me pedir em casamento, a gente morava junto a pouquissimo tempo, tinhamos tantos lugares pra conhecer, tantas coisas pra conquistar antes de aumentar a família ou até mesmo oficializar nossa união. Um filho iria bagunçar tudo, tirar nossas vidas do eixo.

Peguei no sono em meio a muitos pensamentos e lágrimas, ultimamente chorar era rotina pra mim, até comercial de margarina me emocionava.
Acordei no dia seguinte com o coração tão aliviado e cheio de amor, tinha sonhado com o dia do nascimento do meu bebê, todo mundo super feliz e emocionado e o Breno todo babão.
Se Deus tinha permitido essa gravidez agora, era porque estava no tempo certo então eu não precisava me preocupar, estava tudo sob controle.

Eu me arrumei, desci e enquanto tomava café da manhã liguei pra o Breno.

Breno: - Ooi mor

Paula: - Bom diia lindeza, dormiu bem?

Breno: - Não muito, demorei um monte pra pegar no sono. A cama tava muito grande...

Paula: - Aqui também foi difícil, to acostumada com o meu colinho... mas já já eu to em casa e a gente mata essa saudade.

Breno: - Graças a Deus! Cê quer que eu vá te buscar no aeroporto?

Paula: - Não precisa, eu pego um Uber. Fica ai com a Laila me esperando.

Breno: - Ta bom, vou dar uma geral aqui que essa capirotinha fez bagunça na casa toda. Me liga de novo quando puder, te amo!

Paula: - kkkk vai lá, limpa tudo direitinho. Até mais tarde, também te amo.

O carro chegou pra me buscar e eu fui pra mais um dia de trabalho.
Desse vez o tempo passou voando, mal tive tempo pra pensar em como ia contar a novidade ao Breno. As meninas estavam me esperando no aeroporto do Rio e tinha gente também em São Paulo, ou seja, zero chance de preparar um discurso ou algo parecido e eu não ia aguentar esperar até o dia seguinte pra conversar com o Breno, então ia ser no susto mesmo.

Estava escritoOnde histórias criam vida. Descubra agora