Mei deu um gole no seu saquê e o entregou para Tsunade. As duas estavam lendo estratégias de guerra e olhando para mapas, sentadas na mesa quadrada do quarto da Hokage. Já deveria ser de madrugada, mas elas não estavam prestando atenção a isso.
Tsunade bebeu um longo gole e suspirou se encostando em sua cadeira.
- As nossas ideias são sempre as melhores. Mas sempre que vai para o conselho...
Mei revirou seus olhos verdes.
- Onoki sempre mete o dedo no lugar errado e ficamos por um triz de perder a batalha... - a Mizukage bufou, pegou todos os papéis da mesa e colocou no chão. Quando Tsunade foi protestar, ela aproximou a cadeira dela ao lado da Hokage e encostou a cabeça em seu ombro - Estou cansada, Tsu. Eu ainda acho que deveríamos esperar um pouco enquanto treinamos Lissa. - Tsunade a abraçou e Mei se aconchegou em seus braços - Estudar um pouco mais o inimigo. Ter mais tempo para... - ela pausou e olhou para a loira - ficar com você.
Tsunade, apesar de estar corada, segurou o rosto de Mei com as duas mãos.
- E-eu também quero ficar com você mais tempo, Mei. - a hokage se aproximou da Mizukage e seu lábio tocou o dela por um momento - Mei... - a loira sussurrou, olhos castanhos fitavam os olhos verdes - Eu am-
Uma batida na porta fez Mei dar um pequeno pulo.
- Tsuna? Mestre Yuki está convocando uma reunião urgente! - A voz de Shizune soou cansada do outro lado da porta
A Hokage olhou para a Mizukage que estava tão confusa quanto ela.
- Já estou indo, Shizune! - as duas se levantaram rapidamente, e saíram do quarto. No meio do caminho, se encontraram com Lissa que estava com seu robe. Ela parecia aérea seus pensamentos enquanto ia em direção ao salão e respondia com poucas palavras as perguntas que eram lhe feitas. De repente, ela parou de andar pelo corredor e olhou pela janela. Ficou parada por alguns segundos e começou a correr - Lissa? O que foi?
Lissa não conseguia ouvir Tsunade. Seus ouvidos captavam de longe som de tambores tribais no ritmo do seu coração. Ela saiu do prédio e correu para a floresta escura. A lua iluminava o caminho entre as árvores e a plantação verde. As folhas e os galhos se chocavam contra seu corpo enquanto corria depressa em direção ao som.
Tsunade e Mei corriam atrás dela, se esquecendo da reunião que agora não era mais importante. Estavam escutando a música. Aquilo só podia ser a Tribo Exilada. Pessoas que não usavam o poder dos chacras, mas usavam pedras e amuletos que nem mesmo os ninjas mais velhos sabiam de onde vinham. Eles nunca chegaram tão perto de outra tribo assim. E se ouvia boatos de que eram canibais. Tsunade não sabia se todas as horríveis coisas que se falava da tribo eram verdade, mas não queria deixar Lissa sozinha lá.
Uma flauta foi ouvida a distância. Podia se perceber o som de fogo crepitando. Mei puxou Tsunade para o lado e as duas se encontraram com Lissa agachada atrás de um pedra.
- Lissa, não nos dê mais esse susto. - a ruiva sussurrou para a garota, mas esta parecia continuar em transe. A Mizukage olhou para Tsunade como se quisesse respostas.
De onde elas estavam podiam ver: uma grande fogueira, pessoas vestidas em robes longos e marrons. Alguns estavam em um canto com tambores, flautas e chocalhos. A Hokage percebeu que todos eles usavam um colar com uma pedra brilhante na ponta, de várias cores. Mais ao longe, havia o que parecia ser um trono de madeira coberto com folhas largas e flores.
Uma mulher sentava nele. Parecia ter 20 anos, seu robe era marrom como o de todos, mas possuía uma coroa de flores em volta da testa e um colar com um pingente de cor rocha. Segurava um longo cajado com uma pedra safira na ponta. Ele irradiava luz própria. A mulher tinha a pele branca e olhos incrivelmente azuis como seu cajado. Seus cabelos eram negros como aquela noite. Lissa conseguia ver sua áurea que parecia ocupar todo lugar. O Leão de 12 caudas se mexia inquieto dentro dela, mas não dizia uma palavra. O que foi? Quem é ela? , Lissa perguntou ao Leão, mas ele continuava quieto. Porque me trouxe aqui? O silêncio continuou. Lissa começou a ficar impaciente.
Até que os olhos azuis da mulher se encontraram com o da menina de cores diferentes. Lissa deveria ter ficado em pânico por ter sido descoberta. Mas tudo o que sentiu foi paz e segurança. Parecia que conhecia aquela mulher fazia muito tempo. Ela a olhava com os lábios grossos um pouco abertos. Até levantar a mão em punho e a musica parar. A mulher de olhos safira se levantou de seu trono, ainda olhando nos olhos de Lissa, estendeu a mão de onde estava para ela.
As duas Kages olharam confusas para a cena e entenderam que era com Lissa que a mulher pedia para se aproximar. A garota se levantou do seu esconderijo e andou calmamente até ela. As pessoas da tribo sussurravam em uma língua que estranhamente Lissa entendia, enquanto andava lentamente.
- O rei Leão... vamos ser salvos!
- Uma criança com uma grande alma...
- Que a Rainha Leoa a abençoe...
Rei? Rainha? Lissa se perguntava confusa. Estava bem perto da mulher e pode ver pequenas sardas um pouco acima de suas bochechas que a faziam mais bonita do que já era.
- Finalmente. - foi tudo o que a mulher disse, abrindo um pequeno sorriso enquanto segurava sua pequena mão.
- Quem é você? - a garota engoliu o seco
- Sou Cassandra. Rainha da tribo, - seus olhos pareciam mais claros agora e olhavam Lissa profundamente - e possuidora da Leoa de doze caudas.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Tsunade Senju e a Criança Amaldiçoada
RomanceLivro um da série: NINJAS LENDÁRIOS Tsunade Senju pensou que nunca mais iria ver a cara de Mei Terumi. Não que ela odiasse a mizukage. Muito pelo contrário, Tsunade a amava, porém, escondia esse fato no fundo de seu coração. Ela acreditava que es...