Look What You Made Me Do [Projeto Reputation]

Treze

São poucas as pessoas nesse mundo que conseguem facilmente as coisas de mim. Três, na verdade: minha mãe, minha filha e é claro, Melanie McAdams. Eu não sei o feitiço que aquela mulher lançou em mim que com apenas um olhar, uma simples piscada já é capaz de me desarmar por inteiro e tirar de mim tudo o que ela precisa e quer e ela sabe disso. Melanie sabe jogar como ninguém e quando enfia uma coisa na cabeça, dificilmente desiste até ir ao fundo.

E por ser tão persuasiva e por simplesmente ceder a todas as suas vontades que enfrentei uma maldita viagem em um maldito avião para descobrir algo sobre o nosso querido senador Adam Blake II. Eu não entendia essa sua obsessão repentina por esse caso, uma vez que tudo o que via em Adam era um filho da puta que nasceu com a barriga virada pra lua, até que sua esposa surtou.

Não entendia até finalmente progredir em minhas investigações e finalmente chegar a algum lugar. Levei dias até parar de ter a sensação de estar andando no escuro enquanto seguia figurões da política e que tinham um certo grau de intimidade com o senador, até descobrir algo bastante peculiar.

Washington parece ser só mais um lugar normal, com exceção da Casa Branca. Podemos dizer que não há muito o que se fazer, diferente de alguma cidade turística, como New York. Mas, lhe garanto que, se procuramos nos lugares certos e - totalmente improváveis – encontramos coisas bastante... interessantes.

Foi necessária toda a minha influência e meu poder de persuasão para descobrir que no subsolo de um restaurante bastante prestigiado e frequentado pelas famílias mais influentes dos Estados Unidos, se encontra um lugar bastante peculiar e totalmente o oposto do primeiro.

Enquanto o Royale Restaurant é um lugar bem iluminado, refinado e bastante agradável à luz do dia, o Dark Room parece um universo totalmente paralelo ao que acontece no andar superior.

Me deparo com luzes vermelhas bruxuleantes enquanto caminho a passos seguros pelo estreito corredor, após descer um interminável lance de escadas, até me deparar com uma enorme porta de ferro negra, guardada por um homem negro que parece ter o triplo do meu tamanho.

-- Você recebeu um convite? – O homem cruza os braços, me encarando dos pés à cabeça.

Abro um sorriso maroto e retiro um cartão do bolso do meu casaco. O pequeno retângulo de plástico desliza pelos dedos do guarda, totalmente preto, contendo uma única gravura de uma libélula dourada no centro, sem dizeres, apenas o esboço solitário do inseto.