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Já faz alguns dias que não tenho notícias de Melanie, tampouco de Vanessa

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Já faz alguns dias que não tenho notícias de Melanie, tampouco de Vanessa. Antes de minha advogada, Vane era minha única confidente e, embora eu não me abrisse com ela da maneira que deveria, eu sentia que ela sempre me desvendava como um livro aberto. Ela sempre teve a capacidade de ler minha alma e de sentir que eu nunca estava tão bem quanto aparentava estar.

Eu nunca precisei usar palavras porque para ela tudo já estava bem claro e ela odiava Adam com todas forças por me fazer sofrer. Infelizmente, naquela época, eu estava tão cega de amores e tão mergulhada em todas as pressões que meu marido colocava em cima de mim, que em minha cabeça eu não estava sofrendo. Adam me amava de verdade e era só disso que eu precisava.

Solto um suspiro e me sento no chão, aproveitando o calor da manhã ensolarada em nossa rotineira caminhada no pátio. Eu gosto desses momentos. Me sinto livre por pelo menos alguns minutos, sem estar trancafiada naquela saleta claustrofóbica, sem contato com mais ninguém, a não ser o guarda que caminha pelo corredor.

Gosto de fechar os olhos e imaginar que estou sentada na grama de um belo parque em Paris, sentindo o calor do sol sob meu rosto e aproveitando as poucas horas de folga antes de mais um animado desfile, como eu sempre sonhei.

Adam havia prometido me levar para Paris algum dia, visto que fui praticamente induzida a recusar minha viagem para uma sessão de fotos pra uma marca de perfume francesa. Fiquei bastante sentida, mas ele havia me prometido que conheceríamos a cidade da luz juntos e eu acreditei, na época. Como acreditei em todas as demais promessas vazias que ele me fizera.

É muito estranho pensar em mim naquela época com a mente que eu tenho hoje. Aprendi da pior maneira que eu vivia em um relacionamento extremamente abusivo e levei muito tempo pra perceber que a culpa nunca foi realmente minha. Eu me doei de corpo e alma e mesmo assim nunca foi o suficiente, porque Adam sempre exigia mais e mais de mim. Eu me vi presa em sua teia, mergulhando mais e mais em sua própria escuridão e me tornando escura também.

Meus sorrisos nunca foram sinceros, assim como todas as suas palavras de amor dirigidas para mim. Nós vivíamos em uma escuridão. Dentro de uma bolha de mentiras e aparências e eu achava que nunca poderia sair dela até o dia em que apertei aquele gatilho.

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