Onze

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Cada vez mais sinto como se os dias durassem séculos

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Cada vez mais sinto como se os dias durassem séculos. Me sinto presa no meio desse drama todo, envolvendo meu filho, Megan e meus advogados, que não me deixam esquecer um segundo sequer que devo odiar minha ex nora pela forma brutal com que ela tirou a vida meu único filho.

Luto a cada dia com esse sentimento em meu peito, como se estivesse prestes a sufocar, sem obter nenhuma luz ou suporte. Cada vez mais me sinto afundar em uma escuridão, tendo a sensação de que tudo o que eu vivi até então poderia ser uma mentira e por mais que eu queira muito não ter essa sensação, é algo involuntário em mim. Meu coração grita, anseia por respostas e eu realmente temo pela minha sanidade quando estas finalmente vierem à tona.

Solto um suspiro cansado e levo minha xícara de chá à boca, observando o monótono e cinza dia de Seattle pela vidraça da cafeteria. Nunca frequentei muito esses lugares, mas ultimamente este tem sido o meu refúgio. Simplesmente estou cansada de me esbarrar com os olhares de pena de meu próprio marido ou de minhas amigas todas as vezes em que nos encontramos nos habituais restaurantes refinados para nossas pequenas reuniões. Ultimamente a solidão tem se mostrado uma consoladora melhor do que todos os que me rodeiam e essa pequena cafeteria é minha válvula de escape desse mundo conturbado em que me encontro no momento.

Aliso de forma distraída a borda de minha xícara de porcelana, quando ouço a sineta da porta, indicando que um novo freguês acabara de entrar e, por puro reflexo, ergo meus olhos, me deparando com Vanessa a poucos metros de minha mesa.

Ela está com uma garota ruiva, as duas rindo distraídas, quando seu olhar se pousa em minha direção e o sorriso em seu rosto imediatamente murcha. Sustento seu olhar tempo o suficiente para ver ela cochichar algo com sua suposta companheira e caminhar vacilante em minha direção.

-- Boa tarde, Margareth, como vai? – Ela pergunta com a voz suave, já parada na frente de minha mesa.

Realmente não entendo essa sua atitude. Nunca trocamos mais que duas palavras cordiais e polidas e posso contar nos dedos todas as vezes em que tivemos a oportunidade de estar num mesmo ambiente.

Essa mulher é uma total estranha para mim e, mesmo assim, ela teve a sensibilidade de vir me cumprimentar, apesar dos últimos acontecimentos.

-- Boa tarde, Vanessa. – Abaixo meu olhar para a xícara branca em minhas mãos – Já tive dias melhores.

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