Capítulo 10 - Desaparecimento

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Um dia se passou do funeral do meu avô. Ainda estava tudo estranho, a sensação de que ele ainda estava ali, nos observando. Eu queria muito estar em casa junto dos meus pais e minha família mas tendo provas quase todos os dias na escola fica difícil.

Minha avó que ficara mais abalada, ela estava sempre cabisbaixa, falando pouco.

{...}

Uma semana havia passado, tudo estava começando a voltar ao normal, ainda difícil pra todos nós.

O Leonardo me mandava mensagens perguntando se estava tudo bem. Na escola, chamei ele para conversar durante o intervalo.

- Você anda meio distante...

- Eu sei... Ultimamente, andam estranhas as coisas, tá acontecendo cada coisa que jamais imaginei que aconteceria. - Respondi em um tom baixo, olhando para ele que estava com os cabelos ao vento, o que fazia estar muito bonito.

Eu realmente nunca entendia o que sentia quando estava com ele. O meu coração sempre acelerava. Será que ele sente o mesmo? Por que ele não prefere ficar com outras garotas como a Raissa? Ele é popular, tem vários amigos e foi logo querer ser meu amigo? Logo eu, que nunca fui nada de diferente. Mas quem sabe, não foi isso que fez ele querer se aproximar. Eu não sou igual as outras meninas do colégio, que só pensa em passar tarde no shopping ou no salão.

Sei lá, isso pode ser tudo paranoia da minha cabeça.

Mas, estar perto dele me fazia sentir tão bem.

- Eu estou aqui pra te ajudar... Pode contar comigo. - Concluiu, fofo.

- Obrigada, Leonardo... Eu fico feliz de saber isso. - Fiquei pensativa se deveria ou não contar sobre meu avô - Olha, meu avô... Ele ficou internado no hospital e faleceu, semana passada. Foi esse o motivo de eu ter ficado tão distante.

- Ah... Eu não sabia, desculpa por perguntar... - Leonardo parecia ter se sentido mal por perguntar - Meus pêsames a você e a toda sua família... Sei a dor que é perder alguém que a gente ama...

- Obrigada, nós estamos tentando seguir em frente... Minha avó é a que está mais triste...

O sinal soou e nós voltamos para sala, Leonardo me abraçou antes de passarmos pela porta.

- Mas que porra é essa? - Indignou-se Raissa em nossa frente - É sério isso?

Nossos braços se soltaram e o professor Nelson estava ali, olhando tudo.

- Senhorita Raissa, uma moça como você não pode sair por aí falando palavrões... Todos pra dentro, vamos!

Entramos na sala e a Raissa foi bufando pro fundão, ainda escutei ela soltar um "foda-se".

{...}

Ainda no mesmo dia, mas de tarde, eu recebi uma ligação de ninguém menos que o Leonardo! Conversamos por meia hora e foi algo muito bom, ele realmente é uma pessoa muito gentil. Estávamos ficando cada vez mais próximos.

O mês de março acabou e com ele várias coisas aconteceram. Espero que a Páscoa deixe nossa família unida novamente.

Alguns dias se passaram, aos poucos tudo estava voltando a ser como era.

O café da manhã continuava silencioso, meu pai sempre lendo o jornal, mais calado do que nunca. Tomei o resto do meu suco de abacaxi e levei o que sobrou do sanduíche para comer durante a "viagem". Peguei minha mochila e desci.

Comecei a ir de carona com a Helô e confesso que era muito divertido, a mãe dela estava sempre alegre e de bom humor.

- Bom dia, Eliza! - Falaram as duas quando entrei no banco de trás.

Tudo Tem Seu Lado RuimOnde histórias criam vida. Descubra agora