#11 - Quando Tudo Piora

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#Julian


Pietro e Martin não estavam de bom humor quando cheguei na terça-feira para as aulas de Krav Maga, enquanto o mestre estava monossilábico o filho me ignorava por completo. Tentei por várias vezes na aula falar com ele para perguntar sobre Lanna já que ela estava me ignorando novamente por mensagens. No fim da aula fiz mais uma tentativa, vendo o garoto frustrado com minha insistência.
— Quer treinar com os bastões?
— Você falou com a Lanna depois de ontem à noite? — Pietro foi logo perguntando.
— Não, o que aconteceu ontem à noite? Ela não pareceu querer conversar muito, talvez por causa das fotos...
— Seu filho da puta! — Pietro vociferou Pietro indo para cima de mim, me acertando um soco e mais outro até cairmos no chão. — É assim que você se preocupa com ela?
— Pietro... calma. — Eu não devolvia os golpes em Pietro, estava confuso com toda aquela agressão e tentava imobilizar o garoto.
— Seu maldito... me soltem!
Ele se debatia sendo segurado pelos amigos que apartaram a briga. Toquei meu maxilar e lábio cortado pelos socos do rapaz ainda sem entender sua reação.
— Que merda foi essa? — Perguntei.
— Se você realmente se preocupasse com Lanna, se tivesse o mínimo de respeito, saberia que você a colocou na merda, aquelas malditas fotos...
— Eu já mandei tirar da internet, conversei aquele dia com ela.
— E o que faz você pensar que o pai dela não viu? Você o conhece? Sabe o que ele fez com ela?
Senti o sangue correr do meu rosto.
— O que aconteceu? — Perguntei preocupado.
Pietro tentou mais uma vez vir para cima de mim enfurecido, mas os rapazes o seguraram.
— O que está acontecendo aqui? — Martin finalmente apareceu com sua voz imponente olhando do filho para mim.
— Pai... — Pietro olhou para o pai passando a língua nos lábios, mas Martin já estava começando a entender tudo e balançou a cabeça suspirando.
— O que aconteceu com Lanna Martin? — Perguntei me aproximando dele.
— Sério Julian? — Perguntou irônico e bufou — Vamos conversar no escritório, e você, — apontou o dedo para o filho. — Está suspenso das aulas essa semana e vai pagar cem flexões e cem polichinelos, agora. Conversamos em casa moleque.
Segui atrás de Martin para seu escritório, ele só falou quando aparentei estar mais calmo, eu sabia que ele não gostava de ser interrompido.
— Lanna alguma vez falou algo sobre o pai dela?
— Disse que ele era um homem difícil e que conversaria com ele sobre nós.
Martin balançou a cabeça estalando a língua. Então me contou tudo o que aconteceu e fiquei sem reação por um tempo, então irritadiço quando Martin começou a chamar minha atenção.
— Eu cansei de falar Julian, Lanna já tem complicações demais na vida, se vocês querem ficar juntos, não posso me intrometer, mas ela tem que saber no que está se metendo, e você tem maior responsabilidade ainda.
— Eu sei disso Martin, sei disso tudo.
— Pois não parece! O jeito como vocês estava naquela foto, pelo amor de Deus, Julian, as que tiraram no café não foi o bastante para você se prevenir?
— Eu não vou ter uma relação escondida, não sou um garoto e...
— Mas a Lanna é apenas uma garota e você está se esquecendo disso, ela tem uma mãe a beira da morte e um maldito pai agressor e tudo vai piorar se ela aparecer por aí com você dessa forma.
— Eu não tenho culpa se o cara é um doente!
— E Lanna não tem culpa de ter ele como pai!
Nos encaramos por um tempo se enfrentando, eu podia dizer que Martin estava indignado comigo.
— Ela é só uma menina, ainda tem coisas para aprender da vida, e se você for complicar ainda mais para ela Julian, você precisa cair fora e deixar ela em paz.
— Vocês não entendem nossa relação.
— Você não protege sua relação e garota que você quer!
— Não posso fazer muito se ela não se abre pra mim.
— Por Deus, Julian! Está agindo como um moleque e dessa vez sou eu quem quer te socar!
Olhei surpreso para o professor, raramente Martin perdia sua calma habitual.
— Não pode jogar isso tudo nas costas dela, ela não é Cristina que sabe lidar com câmeras e os abutres desde criança. Acorda pra vida Julian, porque se você quer ter algo com Lanna, você tem que ir com calma, fazer as coisas direito e não expor ela.
— Martin...
— Não. Você não parece ouvir. Facilita as coisas para ela, não deixa ela na merda! Assuma suas responsabilidades, ela não sabe como lidar com tudo isso e não é porque ela não te fala as coisas que você tem que deixar por isso mesmo. Eu não quero vê-la machucada de novo, não quero ela sendo expulsa de casa e apanhando daquele imbecil, porque você não ligou se seriam vistos ou não!
Dessa vez fiquei calado, fitando a mesa enquanto Martin falava, e ele estava certo. Eu tinha relaxado demais e me preocupado de menos e assim Lanna estava sofrendo as consequências sozinha, eu tinha que tomar as rédeas da situação e resolver tudo. Pedi desculpas a Martin e faria o mesmo com Pietro se ele ainda estivesse na academia quando saí de lá. Agora sabiam que eu e Lanna estávamos juntos, eu tinha que resolver as coisas para a minha garota.

Thunder - Lutar é Preciso [LIVRO 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora