Capítulo 34.

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A fanfic chegou em 5 mil leituras. Obrigada por gostarem, por lerem e por comentarem nos capítulos. Boa leitura!

Camila se esticou na poltrona da primeira classe do avião. Odiava voos longos e descobriu que viajar grávida em um deles era horrível, mas o que poderia fazer àquela altura (literalmente)? Sentou e encarou Kj, que estava de fones de ouvido e com o olhar vidrado na televisão de bordo.

"Kj." Disse e ele tirou o fone. "Eu estava pensando, aqui..." Abaixou o tom de voz. "Você não me contou nada sobre a sua família! Vou pagar o maior mico e todo mundo vai saber!" Finalizou, com a voz afetada e parecendo realmente preocupada, mas o ator simplesmente deu de ombros.

"Não tem problema."

"Claro que tem problema!" Ela retrucou, nervosa. "Que tipo de casal é esse que a garota não sabe nada da vida do namorado?"

Kj rolou os olhos, também sentando. Ele a encarou.

"Vai por mim, Cami. Na minha família é mais falso você saber de alguma coisa, do que não saber de nada." Ele disse e a garota arregalou os olhos.

"Vocês são tipo da máfia ou alguma coisa assim?" Ela disse e Apa riu baixo.

"Somos todos agentes secretos. Na verdade, eu sou seu guarda costas. Apenas finjo ser ator para despistar os assassinos." Ele disse, depois gargalhou da cara que Camila fez.

"Bobo!"

Ele sorriu, depois colocou os fones de volta e fechou os olhos, contrariando-a.

"Dorme, Cami."

Camila estava completamente exausta, quando finalmente desembarcaram no aeroporto da Auckland, na Nova Zelândia, depois de outro voo interno vindo de Londres.

Dali para a casa de Kj ainda seria necessário mais meia hora de carro, e ela esperava que aquele esforço valesse a pena, porque já tinha se arrependido da brincadeira. Encarou Kj, que estralava os dedos freneticamente e não parava de batucar no carrinho de bagagens.

Automaticamente, lembrara-se da chegada dos dois no Brasil e imaginou que talvez ele estivesse passando pela mesma coisa, porém era estranho ver Apa assim tão inquieto.

"Nervoso?" Ela perguntou enquanto Apa colocava as malas no carrinho. Ele negou com a cabeça.

"Não, normal." Ele disse, mas obviamente a atriz não acreditou.

"Seria mais convincente se você conseguisse parar quieto." Ela brincou, mas só recebeu um sorriso meio mecânico de volta.

Apa não estava para papo. Já não bastava as trilhões de horas de avião, e olha o que ela ainda tinha que aturar.

Estava prestes a sacar o telefone e ligar para alguém só pelo prazer de ter o que falar quando Apa parou em sua frente, no meio do estacionamento da locadora de carros, com um olhar incerto.

Ele abriu a boca para falar alguma coisa, mas depois fechou, e repetiu o gesto, até finalmente chacoalhar a cabeça e a encarar.

"Bom, só pra você saber." Ele disse, calmamente. "A minha família é muito diferente da sua."

"O que isso quer dizer?" Cami questionou, cansada demais para esse mistério todo.

"Só não espere uma recepção como a sua, certo?"

Ok, pense, Camila.

Teve uma recepção muito amorosa em casa, embora seu pai quase tenha a matado do coração com o papo do casamento. Então devia esperar uma recepção fria?

"Cami?" Ela ouviu a voz de Apa, que parecia levemente irritado e ela julgava que ele já tinha a chamado algumas vezes. Estava apontando para o carro.

Sem questionar nada, entrou no veículo. Apa era extremamente reservado sobre esse assunto e ela estava tão exausta que preferiu nem questionar.
Quando chegasse lá, veria.

Kj dirigiu calmamente pelo caminho e Camila sorria, quase com metade do corpo para fora da janela, admirando a paisagem verde, cheia de flores ao redor do rio que parecia não acabar nunca.

Kj parou o carro alugado em frente a uma charmosa casa de pedras vermelhas de dois andares. O pequeno gramado na frente não estava florido como outras partes da cidade, mas ela não se importava.

Desceu, feliz por saber que passaria alguns dias em terra firme e porque estava genuinamente empolgada para tudo. E meio nervosa para conhecer a família do namorado, mas quem nunca?

Estava meio dividida entre finalmente saber alguma coisa útil sobre Kj Apa ou sobre temer ser completamente odiada por seus familiares.

Vamos combinar, ela era brasileira. Era prática, falava rápido demais. Seu sotaque não era bonito, ela não tomava chá, a não ser que estivesse doente e, pra completar, não sabia nada sobre a família que estava indo conhecer, o que tornava três vezes mais difícil de agradá-los.

Kj segurou sua mão e os dois caminharam juntos até a porta. A palma de Apa estava muito gelada por causa do nervoso.

Será que ele também temia que eles a odiariam?
Pior, será que ele sabia que eles a odiariam?

De repente teve a mais absoluta certeza que em alguma daquelas casas da vizinhança morava a filha de um casal amigo da família da qual todos os Apa se orgulhavam. Eles namoraram no passado, antes que Kj se mudasse, mas todo mundo esperava que os dois voltassem e se casassem.

Cami arregalou os olhos, encarando Apa.

"Eles vão me odiar, não vão?" Ela perguntou e Apa fez uma careta.

"Qual é o seu problema? Já disse que não." Disse, inquieto, olhando para a porta.

"Tenho certeza que você tinha uma namorada da qual eles se orgulhariam mais." Disse, sem nem pensar.

Ela não era de pensar alto assim.

Kj estava gargalhando quando uma senhora, muito parecida com ele, por sinal, abriu a porta.

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